sexta-feira, outubro 27, 2006

"Os grandes portugueses" Padre ANTONIO VIEIRA

Ontem estive atentamente a ver o debate na RTP, acerca dos "grandes portugueses", ja tenho lido e ouvido falar bastante sobre este tema e estava quase a deixar passar-lo, sem a ele me referir. Mas pensando um pouco mais, decidi dar tambem a minha humilde opiniao.

Como amante da historia e regionalista convicto, deveria escolher talvez alguem da, ou com ligacao a "nossa Beira", ou ate algum personagem de mais perto da minha terra natal. Teria muitos por onde escolher, e vou so dar alguns exemplos: Sacadura Cabral, Virgilio Ferreira, Gomes Eanes de Azurara, Gil Vicente, (sim eu tambem defendo que era de Guimaraes de Tavares) Rui de Pina, ou ate os meus conterraneos; Antonio Bernardo da Costa Cabral, ou Antonio Menano.
No entanto e acima destes todos, (isto no meu criterio) estariam sem duvida o rei D. Sancho I; o grande povoador desta regiao, mas e muito especialmente, D. Dinis que por aqui tendo casado, promoveu com forais e feiras o desenvolvimento destas terras.

Tambem e porque neste blog me debruco sobre temas judaicos, poderia tambem escolher alguem com ligacoes a esse povo, como Garcia da Orta, Ribeiro Sanches, ou Aristides de Sousa Mendes.

No entanto decidi e creio que irei votar, por um portugues que como poucos reflete a nossa universalidade portuguesa: Padre Antonio Vieira, que segundo gente mais sabedora, era tambem "cristao-novo".
Nascido no Brasil enquanto colonia portuguesa, pregador e professor Jesuita, embaixador, mesianico mas realista, defensor dos indios dos judeus e dos mais pobres, entre muitas outras coisas.
Como a grande maioria, so depois de morto lhe deram algum do credito que merecia.

Pela universalidade que representa, o padre ANTONIO VIEIRA, e o meu "Grande portugues".

quarta-feira, outubro 25, 2006

"A provocacao" prometida.

Especialmente dedicada aos meus amigos das "Terras de Tavares, Azurara e Castendo" mas nao so.
Vejam em: http://aquidalgodres.blogspot.com
Podem ir ate la atravez dos meus links.

domingo, outubro 22, 2006

Casa da Familia Osorio e Castro - Algodres


Esta e uma das duas casas existentes em Algodres, que ostentam o brasao de armas da familia. Todavia esta e mais antiga, fica situada no Largo da Nogueira, a outra e a que anteriormente foi o edificio municipal e judicial do antigo concelho, a ela me referirei mais adiante.
E uma construcao tipica das casas da Beira, em granito e com um balcao e alpendre. Numa das esquinas da casa fica o brazao dos Osorios e Castro Cabral de Albuquerque, no entanto este, creio e muito mais recente que a casa.
Encontra-se recentemente recuperada e apresentavel, no entanto digam-me os meus amigos, se nao teria ficado muito melhor com as colunas em madeira como eu a conheci, do que com estas em granito polido, que qualquer leigo ve nao fazerem parte desta construcao, nem elas, nem a balaustrada tambem em granito polido.
Se ao menos tivessem feito essas contrucoes em granito aparelhado, com o tempo iria ficar semelhante, mas sao gostos e com eles, perde parte do valor uma casa tao antiga.
A familia Osorio era originaria de Castela, assentou o primeiro solar na vizinha e antiga vila de Figueiro da Granja, no seculo XIV. Espalhou-se por toda esta nossa Beira, deixando varios ramos. Teve tambem ligacoes com os Pedrosos, com solar em Vila Cha (d'Algodres) a que ja me referi anteriormente. Presentemente os proprietarios deste solar de Vila Cha, sao os descendentes destes Osorio e Castro.

terça-feira, outubro 17, 2006

O meu "LOGO"


Embora com algum atrazo, quero apresentar aos meus queridos amigos e leitores, o meu novo "logo". Foi gentilmente concebido pela amiga Maria Joao; do blog "Sulista", (meus links) e nao poderia ser mais sugestivo.
Primeiramente as cores; o verde da vegetacao da minha querida Beira, presentemente em muito em menor quantidade, devido aos vandalos incendiarios; (sim isso mesmo, sem ser politicamente correcto) e o cinzento da cor das rochas graniticas das nossas serras.
Quanto ao Al, de Albino e de Algodres, que embora seja uma preposicao de origem arabe, talvez ate nem fique mal num individuo, que esta convencido ter sangue judeu e numa terra, que estou convencido ter sido fundada por romanos ou visigodos.
Por isso ja sabem, embora nao esteja ali a minha fotografia, este "logo" representa-me muito bem, alem disso tambem tem um "Cardoso" pequenino, que e como me considero, junto da grandeza de amigos, que encontrei nestas lides bloguisticas.
Ha ja me esquecia, o verde tambem tem que ver, com os meus gostos clubisticos; nao se pode ser perfeito, dirao alguns!!!

quinta-feira, outubro 12, 2006

A MACONARIA, a REPUBLICA e a familia COIMBRA

Embora sem ter muitos dados, (para isso teria que residir em Portugal, para poder obte-los no arquivo distrital da Guarda) vou como prometi, debrucar-me sobre a familia "Coimbra" de Vila Cha (d'Algodres).

Tanto quanto consegui apurar, atravez dos meus avos e meu pai, (enquanto vivos) a familia Coimbra se nao era originaria de Vila Nova de Poiares, (Distrito de Coimbra) pelo menos tinha ai parentes e propriedades. No entanto Eduardo Simoes Coimbra, talvez o mais republicano residente do meu concelho, em fins do seculo XIX, se nao nasceu ca, ja ca residia e tinha constituido familia por essa altura.
Se nao tinha ligacoes com a Maconaria, era pelo menos um individuo de formacao progressista e liberal.
Creio, embora sem ter certezas, (para isso necessitaria toda a ajuda possivel) que ja foi ele uma das pessoas mais influentes, na criacao na escola na freguesia de Vila Cha, (criada por decreto de 28 de Maio de 1873, Diario do Governo, No. 124 de 3 de junho do mesmo ano).
Sendo esta freguesia uma das mais pequenas do concelho, nunca teve mais que 300 moradores, foi das primeiras a possuir escola, nisto tambem esteve sem duvida envolvido Antonio Pedroso, que era presidente da camara nessa altura e tambem natural de Vila Cha.
Foi tambem nesses tempos (1868) que foi contruida a Fonte de Santo Antonio, por sinal contruida junto as casas da familia Coimbra, embora ai houvesse outros moradores entre os quais um Antonio da Cruz, em cuja casa eu descobri vestigios de "cristaos-novos", (judeus convertidos). Ate poderei supor, que tanto pelo apelido: "Coimbra", como pela cultura e educacao, que esta familia sempre teve, que possa ela tambem, ter lacos sanguineos judaicos.
Esteve tambem envolvido na construcao da estrada entre Vila Cha e Muxagata em 1863. No entanto foi na construcao do cemiterio, que Eduardo Simoes Coimbra deixou melhor vincada a sua accao, pois nao so foi construido, (1910) durante o tempo em que esteve envolvido na governacao camararia, como foi o proprio que cedeu o terreno para a sua construcao.
Isto e tudo quanto sei acerca do patriarca Coimbra, ja quanto ao seu filho mais velho sei um pouquito mais; Tinha o mesmo nome do pai: Eduardo Simoes Coimbra, nasceu no principio do seculo XX, era formado engenheria e foi comandante da Marinha Mercante, era uma pessoa muito progressista, republicano convicto como o pai, e membro do Grande Oriente Lusitano, do qual chegou a ser Grao-Mestre.
A ele a minha aldeia natal muito deve e, se mais nao fez pela sua terra, foi devido a accao contraria desenvolvida pelos os "fanaticos catolicos", que durante a ditadura nao o deixaram.
No entanto ainda com todas essas contrariedades, esteve envolvido, na construcao do novo edificio escolar e do chafariz do Terreiro em 1934. No final da decada de sessenta, na construcao das novas instalacoes sanitarias na escola, com agua corrente de um poco com bomba elevatoria, construido com dinheiro dele.
Foi tambem ele, que embora nao sendo catolico praticante, comprou o relogio electrico para a nossa igreja. Alem disto comprou algumas casas em ruinas e depois de reconstrui-las, cedeu-as a familias pobres, a troco de prestacoes de precos reduzidissimos.
Mas foi na construcao do antigo club da aldeia, hoje a sede da junta da freguesia, que o seu amor para com a terra que o viu nascer, melhor se sentiu: Possui-a ele um antigo lagar no Largo do Terreiro, que nos fins dos anos sessenta, reconverteu num edificio aconchegante, para ser o salao de recreio da minha terra, dotou-o tambem de mobilia e televisao, nesse tempo em que nem toda a gente a podia ter, cedendo-o gratuitamente ao povo.
Alem disso colaborou com terrenos e dinheiro, para o alargamento de ruas, largos e caminhos na minha freguesia.
Por tudo isto e por algo mais, que neste momento me escapa, e sem duvida nenhuma, devida uma homenagem embora que postuma a esta familia e principalmente ao "Engenheiro".
Na pedra da sua sepultura, existente no cemiterio mandado construir pelo seu pai, em que figuram os simbolos das "Maconaria", nao poderiam ter escrito nada mais verdadeiro: "aqui jaz quem muito amou a sua terra e quem sempre lutou, para que as sua gente fosse menos pobre e menos inculta".

quinta-feira, outubro 05, 2006

a "REPUBLICA" em FORNOS de ALGODRES


Como todos sabemos (ou deviamos) a republica foi implantada em Lisboa, com um golpe militar e politico patrocinado pela maconaria, no dia 5 de Outubro de 1910.
No resto do pais foi implantada pelo telegrafo (para os mais novos, era uma especie de email messenger, do principio do seculo XX).

Ora tambem no concelho de Fornos de Algodres assim foi implantada. Aquela data haveria quando muito, uns seis republicanos em todo o concelho. Dentro destes (talvez o mais "ilustrado") figurava: Eduardo Coimbra, era natural da minha aldeia de Vila Cha (d'Algodres).
Foi ele quem promoveu os primeiros comicios republicanos no concelho, e esteve na constituicao da primeira camara republicana, que por curiosidade foi presidida pelo ultimo presidente do regime monarquico.
Este Eduardo Coimbra nunca quiz ser o presidente, o que denota algum desprendimento, era politico por conviccao e nao por interesse, como infelizmente e a maioria dos politicos actuais.

Irei voltar a referir-me a ele e a sua familia, noutras futuras entradas, hoje e para assinalar esta efemeride, so quiz deixar esta pequena entrada, ilustrada com a casa que foi sua propriedade, que de acordo com a data na cartela sobre a porta, foi construida em 1861.

domingo, outubro 01, 2006

CASA DA TORRE


Esta Casa da Torre, situada no Largo do Pelourinho na Vila de Fornos, e a casa da familia Abreu Castelo Branco, uma das mais antigas familias desta terra, embora a actual construcao, date na sua maior parte dos seculos XVII e XVIII, a Torre que lhe da o nome, vem dos fins da idade media, embora presentemente bastante modificada.
Da familia Abreu, sairam os segundos senhores de Fornos entre os seculos XV e XVII e dela foi o primeiro visconde e condes de Fornos de Algodres, isto ja no seculo XIX.

Mandou esta familia construir no seculo XVI, uma capela na Se da Guarda, com a invocacao de Nossa Senhora da Anunciada, em que se conserva o brasao desta familia.(actual capela dos Pinas) A razao pela qual esta capela e identificada por "Capela dos Pinas", tem que ver com facto de Luis de Abreu Castelo Branco, ter casado com Francisca de Pina, neta do cronista Rui de Pina.
Nesta capela foi onde em 1616 foi instituido um morgadio com vinculo na Quinta da Costa, propriedade da familia. (actual quinta do seminario de Fornos).

Nesse documento em certa altura constava o seguinte: (....ficam excluidos deste morgado; os bastardos, os que tivessem raca de mouro, gentio ou judeu, os que casassem com pessoa mecanica ate aos bisavos, assim como os amancebados, os bebados, os ladroes e os tafues notaveis,....)

Por aqui vemos que esta familia se considerava tao importante, que se nao podia "conspurcar" entre outras coisas, com casamentos com gente de sangue judaico.
Isto foi documentado muito poucos anos, a seguir a instituicao da "inquisicao" em Portugal.

Sabemos que os judeus tambem nao se casavam com gente doutras "racas", portanto e porque oficialmente ja todos eram cristaos, qual era o receio desta familia?
Felizmente o espirito liberal do seculo XIX, veio acabar com esta aberracao dos "morgadios".