sábado, setembro 23, 2006

Ano de; 5767!

A partir do por do sol de ontem; Sexta feira, e, durante o dia de hoje, celebram os judeus o: ROSH HASHANAH, primeiro dia do novo ano, de 5767!
Seguem-se dez dias de jejums e penitencia, que terminam no; YOM KIPPUR, dia do perdao.

A todos os possiveis leitores judeus, um FELIZ ANO NOVO!

quinta-feira, setembro 21, 2006

O ARCO DO SOBRAL

JUDEUS ou "CRISTAOS-NOVOS" em Sobral Pichorro

Ja em entradas anteriores, me referi a provavel existencia de judeus, mais tarde "convertidos" em cristaos-novos, na antiga povoacao de Soveral, ou Sobral, do termo de Algodres, hoje identificada por: Sobral Pichorro.
Nessas alturas identifiquei um arco em volta inteira com um escudo, como a provavel entrada para as suas casas. (entrada de 9 de Outubro de 2005)
Mais tarde visitando detalhadamente a area, para meu desapontamento, nao consegui descobrir mais nenhuns vestigios, que fossem de encontro com a minha conviccao, pelo que na altura julguei ser unicamente a minha imaginacao a trabalhar. (entrada de 28 de Marco de 2006)

Entretanto e acidentalmente, enquanto verificava algumas "descricoes arquivisticas online" dos arquivos da Torre do Tombo. Descobri um processo do tribunal da inquisicao de Coimbra, do ano de 1620, referindo Marcos Rodrigues, cristao-novo, acusado de judaismo, heresia e apostasia, com morada em Soveral, termo de Algodres.
Alem deste processo, descobri um outro, do tribunal da inquisicao de Lisboa, do ano de 1737, referente a Maria Lucena, acusada de judaismo, moradora em Sobral Pichorro, termo de Algodres.

Estes processos vem por si so, provar que as minhas suspeicoes estavam certas, sim houve judeus a residir no Sobral Pichorro, embora pudessem nao ter vivido nas casas cuja entrada e aquele arco.
Tambem ja divulguei uma outra lapide desta mesma povoacao, que podera muito bem estar relacionada com "cristaos-novos". (entrada de 3 de Maio de 2006)

Depois do explanado, so quero fazer algumas consideracoes:
- Estando provada a existencia de cristaos-novos nesta aldeia, que embora aqui residentes, o primeiro era natural de Trancoso e a segunda natural de Celorico, indicia a existencia de outras familias de origem judaica, pois o mais natural e que tenham vindo para esta terra atravez de casamentos, sabendo nos que os judeus casam entre si.
- No primeiro caso, ate poderia ser uma fuga de Trancoso, para uma aldeia pequena e menos acessivel, para tentar escapar a accao da inquisicao naquela vila, que como se sabe, teve uma das maiores e mais dinamicas comunidades judaicas da Beira.
- Ja no segundo caso, sendo 117 anos mais tardio, indica-nos que embora ja "convertidos" desde 1497, os "cripto-judeus" do Sobral Pichorro, passados que eram 240 anos, ainda praticavam o "judaismo". Coisa mais que normal, pois muitas das conversoes nao o foram por conviccao, mas sim por necessidade.
- Alem do explanado, este ultimo processo, vem deitar por terra, a lenda de que o complemento: "Pichorro" desta freguesia, tem que ver com a terceira invacao francesa, que aconteceu em 1810. Porque 73 anos antes daquela invasao, ja esta povoacao usava aquele complemento identificativo.

sábado, setembro 16, 2006

Graniticas "Terras de Algodres"


Nesta regiao onde o granito e rei, podemos apreciar varias formacoes rochosas como a da fotografia. Algumas o povo na sua sabedoria secular, deu-lhes nomes sugestivos: Pedra da Pita, Pedra do Tlin Tlin, Lage Escorregadia, Penedo do Porco, Penedo Furado, etc etc.
Como chamariam os meus amigos a esta formacao?

quarta-feira, setembro 13, 2006

PROS (com acento!)

Aconselhava os meus amigos leitores, a consultar a entrada; "Pros" escrita pelo meu conterraneo distrital: Francisco Jose Viegas, no seu "blog": http://origemdasespecies.blogspot.com

Tambem la podem chegar atravez dos meus links: ORIGEM das especies.

Depois digam algo.

sábado, setembro 09, 2006

Ha 700 ANOS " em tempo de tolerancia."

Tive conhecimento atravez do meu amigo Inacio Steinhardt; (www.geocities.com/ishluz) , que se cumprem amanha 10 de Setembro, os setecentos anos da inauguracao da primeira grande sinagoga de Lisboa.
Nesse ano, esse dia da nossa era comum, coincidiu com o primeiro dia do Rosh Hashana do ano de 5067, ou primeiro do mes de Tishri, que de acordo com a tradicao, foi tambem quando se terminou a construcao do Templo do Rei Salomao.

Esta opulenta sinagoga para aquele tempo, foi inaugurada pelo Rabi-Mor Dom Judah Ben Yahia, neto do primeiro Rabi-Mor do reino de Portugal, Yahia Ibn-Yaish nomeado por D. Afonso Henriques.
No Museu Abraham Zacuto em Tomar (antiga sinagoga daquela cidade) ainda se conserva a placa dessa sinagoga, embora ja bastante danificada.

Aquela sinagoga estava situada a entrada da Judiaria Grande de Lisboa, relativamente perto da Igreja da Madalena.

Quando em 1497, foi ordenada a conversao forcada dos judeus, todas as sinagogas passaram para a posse do Rei. Pelo que D. Manuel I anos mais tarde, doou o edificio da sinagoga aos frades da Ordem de Cristo, que o transformaram depois de autorizados pelo Papa, na igreja da Senhora da Conceicao (Velha), destruida totalmente pelo terramoto de 1755.

Devo fazer notar, que a ultima sinagoga construida em Portugal, foi a de Gouveia na nossa Serra da Estrela, creio que um ou dois anos antes, da expulsao e conversao forcada dos judeus.

Embora sem a cultura (ou instrucao) trazida pelo Renascimento, os nossos Reis da primeira dinastia, tinham muito mais sentido de justica e eram muito mais tolerantes, para com a gente que professava outras religioes.
Infelizmente para nos portugueses, com as riquezas trazidas com as "Descobertas" (muito devidas ao contributo dos judeus) veio tambem a intolerancia, o odio e a inveja, em quantidades tais, que endureceu o coracao daqueles que por centenas de anos, viveram em harmonia com mouros e judeus.
Nisto, nao esquecamos nunca, o papel intolerante e fanatico, desempenhado pela "Santa" Igreja, Catolica e Romana.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Ainda a Casa de Algodres

Voltando a referir-me a casa de Algodres, em que se encontra a inscricao: D 1724, queria fazer mais algumas consideracoes.
O meu amigo Nuno Soares num comentario, referiu que o "D" talvez fosse identificativo de AD (Ano Dominum) referente a nossa comum era, eu discordo porque ali e bem claro so se ver o "D" e nao existe nenhuma duvida que possa ter existido algum A.
O que eu vejo sem grandes duvidas, e neste "D" o Mem ou o Samech do alfabeto hebraico.
Quero tambem lembrar aos meus amigos leitores, que o Samech e a 18a letra do referido alfabeto e que o numero 18 e um numero muito significativo para os judeus, (este numero e o equivalente da palavra Chai, que significa vida) e esta a razao pela qual, as doacoes para as obras assistenciais dos judeus, sao rotineiramente denominadas por 18.
Devo fazer notar a alguns menos atentos leitores, que ja noutras duas gravacoes existentes em casas do meu concelho Fornos de Algodres (arquivos de 4 de Marco) e Figueiro da Granja (6 e 8 de Julho), encontrei o numero 18, em casas que foram com muita probabilidade de "cristaos-novos".

segunda-feira, setembro 04, 2006

GRAVACAO de VILA CHA conclusao possivel


Com a preciosa ajuda dos meus amigos e comentadores e os meus fracos conhecimentos epigraficos, estou convicto de ter chegado a conclusao mais logica, acerca desta gravacao, que podera ser vista numa antiga casa de "balcao". Esta situada junto ao largo do Terreiro, em Vila Cha (d'Algodres), no municipio de Fornos de Algodres.

Significara: "I (Jesus) H (Hominum) S (Salvatore) Deus", tera sido feita entre os seculos XVI e XVIII (embora eu pessoalmente esteja mais inclinado, em ter sido no seculo XVII).
Suponho tambem, sem muitas duvidas, ter sido mandada fazer por algum "cristao-novo", portanto judeu convertido.

E interessante sublinhar, que embora o Salvador portanto Jesus, tem uma total ausencia de qualquer cruz, o que e significativo. Tambem e interessante que embora se possa ver a palavra D*us, ela esta camuflada pela subreposicao de letras; os judeus nunca escrevem a palavra de D*us completa. E tambem interessante que em lugar da cruz sobre o H encontra-se um "til" que de acordo com alguns autores significa uma separacao entre a terra e o ceu.

Neste caso querera dizer que Jesus nao era divino, mas unicamente terreno. Como sabemos, tanto os judeus como os mussulmanos, embora considerem Jesus um profecta, nunca o consideraram filho de D*us.