quinta-feira, dezembro 29, 2005

FONTE DE SANTO ANTONIO


Foi no ano de 1868 e, quando era presidente da camara de Fornos, o meu ilustre conterraneo: Antonio Pedroso de Sousa Magalhaes Castelo Branco, que em Vila Cha foi construida esta fonte, provavelmente foi baptizada de: "Santo Antonio" em homenagem ao promotor.
E constituida por um frontespicio composto por duas pilastras onde assenta um frontao curvo encimado por uma cruz latina ladeada por dois corucheus, no timpano para alem da cartela com a data da fundacao, tem um pequeno nicho que alberga uma pequenina mas antiga imagem do patrono, que outrora se encontrava num cruzeiro que data pelo menos do seculo XVIII e, se localizava entre ao solar do Terreiro.

(Esta foto tem para cima de dez anos, nessa altura havia obras no largo, que hoje esta muito mais aprazivel.)

De quando em vez PARA VARIAR.

E nos meses de Dezembro e Janeiro que eu e a minha sanguinia familia celebra os seus natais, por isso e porque neste ano que termina, nao houve muitas saudaveis razoes para celebrar, e, porque cada vez mais se aproxima o ocaso da vida dos que me deram o ser, que mais me recordam os meus tempos de meninice e os factos com eles relacionados.
Teria eu no maximo uma dezena de anos quando a minha mae me ensinou este satirico "poema" que hoje me lembrei de compartir con os meus leitores.
Contem algumas palavras ja em desuso mas que sao genuinas da nossa Beira. Ao mesmo tempo, e uma singela homenagem a minha querida terra natal, que o socratico (des) governo quer despromover de freguesia.

ERA E NAO ERA.

Era e nao era,
andava na serra.
Com uns bois de bugalha,
e um arado de palha.
Chegou-lhe a noticia,
que o pai era morto,
e a mae por nascer.
Pos os bois as costas,
e deixou o arado a comer.
Seguido a diante
ao passar um valado,
se nao fora o cao
mordia-lhe o cajado.
Um pouco mais a frente,
encontrou uma ovelha
a derrissar numa avelha.
Como tinha muito mel,
e,nao sabendo onde o levar,
de um piolho fez um odre
para ai o transportar.
Sem saber onde o carregar,
de uma pulga fez uma burra,
para tanta carga levar.
Estando quase a chegar,
tinha um sino de cortica
com um badalo de la,
que dava cada badalada
que se ouvia em VILA CHA. ("d'Algodres)


CONTINUACAO DE BOAS FESTAS E UM 2006 REPLETO DOS MELHORES BENS

terça-feira, dezembro 27, 2005

FELIZ E SAUDAVEL 2 0 0 6

Caros amigos leitores; continuando nesta nossa marcha pela vida, e depois de celebrar o NATAL com a familia possivel, mas sempre com o resto em espirito e, ainda dentro da epoca da festa das luzes: CHANUCAH, aproximano-nos de uma outra passagem de um ano que se torna velho ao fim de 365 dias, para um outro que desejamos seja melhor, mas que ja nos contentamos que seja igual, sabendo de antemao que o nao vai ser. No entanto e sempre agradavel recebermos e enviarmos aos amigos, votos que se desejam sinceros de um prospero, feliz e saudavel ano novo.
Por isso do meu cantinho os meus sinceros votos de um 2006 repleto de tudo quanto vos faca felizes.

HAPPY NEW YEAR FELIZ ANO NOVO

quarta-feira, dezembro 21, 2005

HANUKKAH OU CHANUKA

Quando os Sirios dominavam a terra de "Israel" (ha mais de 2000 anos) foi decretada uma lei, em que todos eram obrigados a adorar a estatua do lider "Antiochus", que tinha sido colocada no templo de Jerusalem.
Como de acordo com a lei hebraica, estava proibida a adoracao de estatuas e idolos, um pequeno mas aguerrido grupo de judeus chamados: "Macabeus" revoltou-se e conseguiu expulsar os opressores da cidade.
Comecou entao a limpeza e reconstrucao do templo, que tinha que ser novamente re-dedicado a D-us e acendido o "Menorah" (candelabro de sete bracos), que significa o contracto de D-us com os homens.

Ora so havia azeite para manter acesa a lampada por um dia e, eram necessarios 8 dias para preparar azeite novo, aconteceu que por um milagre o azeite acabou por durar para os necessarios oito dias, ate que o azeite novo ficasse disponivel.
Em homenagem a este facto historico, e que os judeus durante sete noites acendem uma vela nova cada por do sol, ate que ao oitavo o menorah fica completamente aceso.
O primeiro dia do Hanukkah que em Portugal se escreve Chanuka ou festa das luzes, celebra-se ao por do sol do dia 26 de Dezembro, que corresponde ao dia 25 do mes de Kisley do calendario Hebraico que este ano celebra o ano de 5766.
Sera coincidencia ou nao, a celebracao da festa das luzes por volta do solsticio de Inverno e, quando mais tarde os catolicos comecaram a celebrar o Natal do judeu Jesus, a quem chamaram a "Luz do mundo"

E tambem tradicao por parte dos judeus, por esta epoca a confeccao e consumo de alimentos e doces confecionados e fritos em azeite.
Embora sem certezas absolutas, creio que as tradicionais "filhos" fritas em azeite, tao conhecidas na nossa Beira e em Tras-os-Montes, tao populares nesta epoca coincidente com Natal, Sao nada mais que uma tradicao que foi passada para a populacao geral, pelos judeus que habitaram em grande numero nestas regioes antes do seculo XVI, e que depois do edito de expulsao, foram sendo assimilados pela populacao regional.

A todos os possiveis judeus leitores desta entrada: UM FELIZ CHANUKA.

Para todos ou outros umas BOAS FESTAS.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

SENHORA DAS BOAS NOVAS


Parece estranho que um blog que tenta descobrir factos e pessoas de ascendencia Hebraica, possa tantas vezes fazer referencia a simbolos e templos catolicos, embora eu esteja convicto que tenho ascendencia judaica, nao posso ignorar a tradicao das minhas gentes.

Hoje publico uma foto de uma pintura bastante antiga, existente no tecto da igreja da minha aldeia natal, e como estamos nesta epoca, uma virgem com o menino ate vem a proposito.

ENTREMOS

Entremos, apressados friorentos,
Numa casa, numa cave,
No bojo de um navio,
No predio, que amanha for demolido.
Entremos, bem depressa em qualquer parte,
Porque sofremos, porque temos frio,
Pois esta noite chama-se Dezembro.
Entremos dois a dois, somos duzentos,
Duzentos mil, muitos milhoes de nada,
Juntemo-nos uns aos outros, e,
Talvez o fogo nasca.
Talvez seja Natal e nao Dezembro,
Talvez universal a consoada.


Antecipadamente, um santo e feliz Natal para todos , mas principalmente para os meios amigos leitores.

REGIAO DA BEIRA

Em tempos da monarquia a Beira era uma regiao unica, e, durante a ultima parte da dinastia de Braganca, foi esta regiao elevada a categoria de principado, sendo seu titular o filho mais velho do rei, isto so por si prova o quanto era importante esta regiao no todo nacional.

Foi durante as revolucoes liberais, talvez para criar lugares politicos, que se comecou a retalhar esta provincia. Primeiro em tres: Alta, Baixa e Litoral, e, mais tarde porque ainda consideravam, que ainda nao estava retalhada suficientemente, em distritos que foram arbitrariamente demarcados, ficando concelhos de outras regioes incluidos em distritos que pouco ou nada lhe diziam.

Temos entao que ainda hoje passados que foram mais de 150 anos, concelhos como Vila Nova de Foz Coa e ate a Meda, gostariam muito mais de pertencer a Tras-0s-Montes e nao a Guarda; Aguiar da Beira e ate Fornos de Algodres, gostariam de estar incluidos em Viseu; Mortagua gostaria de pertencer a Coimbra, isto so para falar nalguns casos, havendo no entanto muitos outros.

O que eu gostaria e creio que nao serei o unico, era que se (re)cria-se uma grande regiao ou provincia da "Beira", regiao essa desde o litoral a fronteira e, entao sem bairrismos cegos dai partissemos para um desenvolvimento homogeneo e nao unicamente centralizado nas maiores cidades, desenvolvimento esse que tende a ser quase todo, so na faixa litoral.

Quem apoia a grande regiao da BEIRA? E para capital dessa regiao porque nao propor nao uma cidade ja em si desenvolvida, mas antes uma pequena vila a necessitar desse mesmo desenvolvimento. Porque nao Tabua ou Oliveira de Frades, Penedono ou Fornos de Algodres, ou ainda Pampilhosa da Serra ou Aguiar da Beira? Sao so exemplos.

Ou melhor ainda repartir os varios servicos e departamentos pelas varias vilas da regiao, estou convicto que assim se desenvolveria mais igualitariamente toda a nossa Beira, e olhem que a ideia ate nem e original, este concepto ja foi usado noutros paises. Pois nao sera concentrando ainda mais que se combate a desertificacao crescente.

terça-feira, dezembro 13, 2005

PORQUE SOMOS "LOBOS"

LOBOS
Quando crianca sempre pensei que a razao porque a gente da minha terra, era apodada por "Lobos" era pela razao de que estando situada num pequeno planalto rodeado por montes, nesses tempos cobertos de floresta e, ser frequente o ataque dessas feras aos rebanhos, que outrora pastavam no vale do ribeiro de "Vila Cha".
Hoje no entanto estou convencido que a razao era outra bem distinta. Viveram na minha terra pelo menos desde o seculo XVII uns fidalgos de apelido "Pedroso". Ora esta familia tem no seu brazao de armas sete lobos passantes: tres, tres e um.
Esta familia Pedroso no entanto entronca numa outra muito mais antiga e, que aqui vivia a familia: Soveral, que podera ter sido quem fundou a aldeia de Soveral que mais tarde se transformou em Sobral Pichorro.

REGIONALIZACAO DESCENTRALIZACAO E DESENVOLVIMENTO

O tempo tem me sido escaso mas nao quero deixar esquecido este tema, pois como tantas outras trapalhadas deste socratico (des)governo, continuo convencido que sera na verdaveira regionalizacao e nao na extincao de concelhos que estara o futuro de progresso mais uniforme para a nossa Patria (Patria onde ja ouvi isto). Reparem que a nossa vizinha Espanha, comecou a desenvolver-se quando decidiu repartir fundos e responsabilidades pelas varias regioes.
Mas parece que os iluminados ministros creem que e com vias de ligacao rapidissimas aos nuestros hermanos (salvo seja) que esta o progresso geral. Ate parece que o que querem e que tenhamos bons meios para pudermos fujir daqui para fora. Sera que e por isso que as ligacoes a Espanha nao tem portagens?

PELOURINHO DA MATANCA


Esta antiga vila da Matanca, e sede de concelho desde o tempo de D. Afonso III, conserva ainda hoje este antigo simbolo da autonomia municipal, esta situado na praca onde outrora se encontrava o edificio municipal, que depois da extincao e incorporacao no concelho de Fornos de Algodres, (1836) foi por este municipio vendido assim como outras propriedades concelhias.

O monumento e constituido por uma coluna octagonal assente em quatro degraus (dois em parte enterrados) e com remate em capitel de gaiola bastante singular. De acordo com os entendidos data do seculo XVI. Toda a construcao e em granito, pedra que abunda por toda a regiao.

Esta foto tem mais de vinte anos, hoje o monumento e o largo adjacente encontram-se renovavos e muito mais apelativos.

terça-feira, dezembro 06, 2005

PONTE DOS "JUNCAENS"


A ponte da imagem e uma construcao dos meados do seculo XIX, durante o governo de D. Maria II e do ministerio de Costa Cabral, tem cinco arcos e atravessa o rio Mondego junto a Fornos Gare e, a Freguesia de Juncais no concelho de Fornos de Algodres, esta construcao foi no entanto alargada ja em principios do seculo XX.

Foi construida no local onde existiu uma outra romana, que foi dinamitada em 1810 por ordem do general Welington, para atrazar o avanco da terceira invasao franceza.
distando cerca de 500 metros desta ponte, ainda hoje se encontram restos da calcada romana que a esta ponte se dirigia.

Esta via romana que aqui atravessava ramificava em Fornos, da Via Viseu-Celorico e, ainda na decada de 70 do seculo passado, havia um outro troco de calcada pertencente a esta via (hoje soterrado pela avenida 25 de Abril) perto do cemiterio daquela vila, suponho que esta via secundaria se dirigi-se para Linhares.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

SOLAR DOS PEDROSOS


Ja me havia referido a este solar e familia a algum tempo atraz, nessa altura publiquei uma foto em que aparecia a capela em mais destaque. Aquela foto tem cerca de vinte anos.
Esta que agora publico e muito mais recente, e, aparece em muito mais destaque o solar, em embora nao o inclua na totalidade. Sem ter certezas mas pela sobriedade da construcao, creio que datara do seculo XIV, pois ainda se nao aparecem os floriados manuelinos ou barrocos, e, embora esta familia seja fidalga e com brasao proprio, este nunca foi colocado na construcao, o que denota talvez uma certa humildade destes fidalgos, que nunca necessitaram de se ufanar para serem considerados, pois a sua origem e as suas qualidades falavam por eles.
Quanto teriam que aprender com eles os "novos ricos".
Pena as viaturas encobrirem uma parte do mesmo.

terça-feira, novembro 29, 2005

LOPES

Este apelido suponho que tera origem em "lobo" ou "lopo", e ja usado no territorio que mais tarde originou o nosso pais muito antes da fundacao. Embora sendo usado por gente "nobre", tambem foi e, e muito generalizado entre o nosso "povo". Usa-se tambem na nossa nacao a versao castelhana: Lopez (disse castelhana porque na realidade o "espanhol" ( idioma) nao existe e, foi uma invencao recente de "nuestros hermanos" salvo seja).

Tambem a gente de origem Hebraica usou bastante este apelido, tendo-o passado por necessidade obrigacional aos "cristaos novos". nao significando isto que pelo facto de usarmos este apelido, tenhamos sangue judaico, mas podemos te-lo.

Eu tambem tive a dita de herda-lo pela linha materna e, embora hoje pouco o use, pois por simpleza no pais onde presentemente resido, so e usual um nome proprio e o ultimo apelido, neste caso e o Cardoso que herdei por via primogenita paterna desde pelo menos do meu trisavo.

Gosto no entanto da combinacao: Lopes Cardoso, embora em epocas revolucionarias passadas, chegaram a querer relacionar-me com um outro de ma memoria, coisa que eu sempre regeitei, principalmente pela sua triste carreira politica.

Em geito de homenagem a todos os Lopes, vou finalizar com uma quadra que aprendi de minha mae, nos meus tenros anos. (Desculpem-me os puristas da lingua, pela utilizacao de palavras mais vernaculas) usualmente(embora diga isto sem desculpar-me) nao e o tipo de linguagem normalmente por mim usado, mas sao as excepcoes que...........................

Aqui vai:

Eu sou Lopes, cago biropes.
Em tempo de nabos, cago nagalhos.
Em tempo de grelos, cago novelos.
Eu a caga-los, "eles" a come-los.

Este "eles" tambem pode ser "vos" isto sem ofensa.

segunda-feira, novembro 28, 2005

COMARCAS CONCELHOS E FREGUESIAS III

Quero dedicar-me com mais tempo ao tema, mas como neste momento ele (o tempo) e escasso, so queria deixar a consideracao dos possiveis leitores o seguinte:
Nao seria mais utilidade pensar em criar uma grande Regiao das Beiras (ou da Beira), que engloba-se os distritos de: Aveiro, Viseu, Coimbra, Guarda e Castelo Branco, e, ate talvez partes de Leiria, deixando depois que essa regiao se reorganiza-se de acordo com os interesses das populacoes, e, nao ditar-lhe uma re-organizacao congeminada nos gabinetes de Lisboa?
Quando chegara o tempo em que os interessados sao ouvidos?
Nao seria de mais utilidade repartir os servicos por toda a regiao, favorecendo principalmente os centros mais pequenos criando assim trabalhos e desenvolvimento, do que por exemplo concentar os servicos nas cidades ja em si meio/grandes, como Aveiro, Coimbra ou Viseu, que ja por si tem o maior desenvolvimento na nossa Beira?

quarta-feira, novembro 23, 2005

COMARCAS, CONCELHOS E FREGUESIAS II

Quem verificar o mapa do concelho de Fornos de Algodres, chega facilmente a conclusao que o meu (nosso) concelho geograficamente nao esta bem distribuido, e isto tem relacao ao antiquissimo passado historico em que estas "Terras de Algodres, anteriormente a 1836 (ano da reforma administrativa) eram, nao um mas seis concelhos independentes uns dos outros: Algodres com 9 fregusias o mais importante e Matanca, Fornos, Figueiro da Granja, Casal do Monte e Infias cada um com uma so freguesia. Ora quando nessa reforma administrativa o Governo decidiu extinguir cinco destes concelhos, fe-lo contra toda a logica historica, geografica e de importancia, ao centralizar o novo concelho com sede em Fornos que passou a intitular-se "de Algodres". Ficou a partir dessa data a sede concelhia numa ponta do referido e unificado concelho, pois para comodidade dos cidadaos nunca fez muito sentido esta decisao, o facto e que uns poucos anos mais tarde e ainda no seculo XIX foi decidido que as reunioes camararias passariam a realizar-se em Vila Cha por ser a freguesia mais central, nao sei quanto tempo isso aconteceu, mas creio que foi unicamente durante as varias presidencias de Antonio Pedroso, que possuia solar naquela aldeia.

Passados alguns anos quando foi instituida a primeira comarca na vila de Fornos: 18 de Novembro de 1875, foi decidido e bem que a mesma para alem das freguesias do concelho passaria tambem a encorporar as freguesias de: Vila Franca da Serra e Cabra (Ribamondego) do concelho de Gouveia, Antas e Mareco do de Penalva do Castelo e S. Joao da Fresta, Chas de Tavares, Varzea de Tavares e Travanca de Tavares do concelho de Mangualde. E como ainda havia outras freguesias que, de Fornos ficavam muitissimo mais perto em 1879 foram-lhe incorporadas as freguesias de Juncais e Vila Ruiva. Por estas decisoes chegamos a conclusao que os legisladores daquela altura tinham muito mais sentido comum na defeza dos interesses das populacoes que serviam. Esta mesma Comarca foi extinta em 1895, mas devido a varias accoes de protesto foi novamente restaurada em 1898 e assim se manteve ate que em 1926 durante o governo da ditadura foi novamente extinta, tendo sido em 1931 criado um julgado municipal.

Quando em Maio de 1980 foi restaurada a Comarca de Fornos de Algodres ficaram unicamente a pertencer-lhe as freguesias do concelho, nao souberam nessa altura os politicos acautelar os interresses das populacoes pois nao faz nenhum sentido que freguesias tao proximas de Fornos como: Mesquitela, Carrapichana, Vila Cortez da Serra, Vila Franca da Serra, Ribamondego, Varzea de Tavares, S. Joao da Fresta, Antas e Matela, tenham que deslocar-se muitissimo mais longe quando poderiam deslocar-se a Fornos de Algodres ali tao perto.

Quanto a Mesquitela e Carrapichana e porque o concelho e comarca de Celorico nao e muito grande nem populoso ainda se poderia por alguma objecao, mas quanto as outras que pertencem as Comarcas de Gouveia e Mangualde, para alem de ser benefico para as populacoes pela proximidade, ate ajudava a que essas comarcas fossem mais eficientes pois passariam a ter menos processos e accoes a desenvolver. E ate quanto a Celorico da Beira a perca destas freguesias poderia e deveria ser colmatada com freguesias do concelho da Guarda o maior do Distrito o que por sua vez aliviaria tambem os seus tribunais.

Mas isto seria uma decisao para alguem, em quem, o bom senso estivesse acima dos interesses de alguns e dos talvez lobis, onde o que conta sao os votos eleitorais e nao o interesse das povo que dizem servir. Nem que para isso tenham que sacrificar as terras que desde a muito o tem sido.

sexta-feira, novembro 18, 2005

EXTINCAO DE COMARCAS, CONCELHOS E FREGUESIAS I

Quando iniciei este blog, propus-me escrever sobre a historia, focando uma area nunca por outros explorada: A presenca Hebraica nas nossas "Terras de Algodres" (concelho de Fornos de Algodres), no entanto de quando em vez apetece-me referir outros temas embora sempre envolvendo a minha (nossa) regiao.

Muito se tem falado ultimamente sobre as extincoes de comarcas, concelhos e freguesias, compreende-se por uma questao de economia, que este tema venha e va ser posto em cima da mesa politica, no entanto eu queria deixar algumas consideracoes: Nao consigo compreender como se vai extinguir por exemplo a comarca de Fornos de Algodres, passados que sao, cerca de meia duzia de anos da construcao de um novo edificio do tribunal judicial desta comarca, sera que os senhores politicos nao souberam fazer contas nessa altura e, ver que nao era rentavel este tribunal nessa altura tao recente? Ou sera que o que e importante e o dinheiro e, a comodidade dos cidadaos ja nao conta para nada. Sera que o salario da meia duzia de funcionarios, (pois o juiz tanto quanto sei ja e comum a outra comarca) e que vai resolver o nosso problema orcamental?

Em meu ver nao e centralizando ainda mais, o ja muito centralizado estado e justica que se vai fazer com que as nossas terras, andem para a frente, mas sim ajudando as nossas gentes com projectos geradores de riqueza e criacao de trabalhos que fara com que, como ja noutras entradas afirmei, que a nova auto estrada, traga gente e investidores e, nao sirva para que mais rapidamente os meus (nossos) conterraneos, abandonem a terra que os viu nascer.

Deste humilde blog, quero tentar pelo menos contribuir para que se nao cometam, estes atropelos a nossa cidadania e a nossa terra, peco a todos que me ajudem nesta luta que considero justa.
BEM HAJAM DESDE JA.

segunda-feira, novembro 14, 2005

CAPELA DO SOLAR DE "PEDROSO"


Esta capela pertence ao solar da familia Pedroso, da freguesia de Vila Cha de Algodres. Tera sido construido onde existiu uma "villae" agricola romana, e, nela viveu em 1687: Jose Inacio de Almeida Soveral que casou com D. Mariana Joaquina Pedroso da Costa e Magalhaes, foram eles quem formou a familia Pedroso nesta aldeia. Um dos mais importantes fidalgos desta casa foi: Antonio Pedroso de Sousa Coutinho Castelo Branco, cavaleiro da Torre e Espada e um dos melhores presidentes do novel concelho de Fornos de Algodres, em meados do seculo XIX.

VILA RUIVA DA SERRA & A NECROPOLE II

Continuando a falar sobre Vila Ruiva, vou cometer um sacrilegio (ou nao), ao sugerir contra todas as abalizadas, mas nao comprovadas opinioes, o seguinte: A necropole de sepulturas escavadas na rocha da Tapada do Anjo, (ou Arcanjo Gabriel) nao e uma necropole crista, mas sim um cemiterio judaico!

Dir-me-ao os entendidos que e de cristaos, e, a prova e a capela do Arcanjo Gabriel se encontrar junto dela, isso em meu ver nao prova nada, e, nem a orientao canonica o comprova, pois isso nao se verifica na maioria delas. A capela foi construida no seculo xx, e, as supostas ruinas de outra mais antiga, nunca dataram do seculo VII, alturas de quando datam as sepulturas mais antigas, de acordo com os mesmos especialistas.

Esta minha suposicao baseia-se nos seguintes factos:

I - Este tipo de sepultura nao era regra de enterramento na alta idade media, e, era um tipo de inumacao excepcional pelo dispendioso da sua construcao.

II - Nesses tempos para alem dos senhores feudais ou da classe eclesiastica, so os judeus teriam meios para costear este tipo de sepultura. O resto da populacao era sepultado na terra, por ser mais facil e barato.

III - Os senhores e os clerigos eram nesses tempos enterrados dentro e junto as igrejas e conventos, (vejamos o caso da necropole de Algodres a necropole crista mais antiga no nosso concelho).

IV - Tendo no sitio existido uma capela, mais antiga do que a actual o que parece comprovado, ela tera sido construida muito mais tarde, creio que no seculo xvi, com o intuito de sacralizar o lugar, algo bem comum por parte da igreja catolica por essas alturas de "purificacao" da fe.

V - Para finalizar quero informar os menos conhecedores, que o Arcanjo Gabriel era tambem venerado pelos judeus, e, ate pelos mussulmanos, aparecendo varias vezes mencionado tanto no antigo testamento, como no corao. Pelo que quando a igreja catolica construiu a antiga capela, se tera baseado nalguma lenda ou tradicao existente entre o povo, e, que tera sido herdada da gente hebraica.

A comprovar-se esta minha teoria, teriamos pois que em Vila Ruiva da Serra tera vivido uma prospera e numerosa comunidade judaica durante a alta idade media.

sábado, novembro 05, 2005

VILA RUIVA DA SERRA & A NECROPOLE I

Tal como o seu nome parece indicar, Vila Ruiva deve ter herdado o nome de alguma "villae" agricola fundada pelos romanos, que tera sido pertenca de algum "Ruy" ou "Ruyvo" e dai o seu nome. Esta e tambem a opiniao do monsenhor Pinheiro Marques na monografia: "Terras de Algodres". O complemento "da Serra" e para a identificar em relacao a povoacoes com nome semelhante, no entanto nem faz muito sentido, porque na realidade ainda nao se encontra localizada na serra da Estrela, mas sim no planalto entre o rio Mondego e a vertente norte da mesma serra.

Do tempo da romanizacao ainda hoje existem varios testemunhos e vestigios; o referido monsenhor alude a existencia de uma pedra ou marco que ja em 1938 se encontrava partido, no qual se encontravam gravados simbolos ou letras, seria provavelmente um marco miliario e pertenceria, a uma estrada que aqui passava vindo da Ponte Nova, ou da dos "Juncaens" ambas pontes romanas destruidas aquando da terceira invasao francesa. Esta estrada dirigia-se para a serra provavelmente para Linhares e atravessava a necropole de sepulturas escavadas na rocha, hoje encontra-se soterrada. Junto desta via encontrava-se uma lapide romana, afirmava "Pinheiro Marques"; de acordo com informacoes populares. Presentemente nao sei onde se encontram esses vestigios, pelo que se alguem souber gostaria de puder contar com essa informacao.

Esta freguesia esteve desde a sua fundacao, incluida no termo do concelho de Linhares, a quem D. Afonso Henriques concedeu foral em 1169. No ano de 1855 com a extincao deste concelho, passou para o de Gouveia, de onde foi desmenbrada por decreto de 13 de Janeiro de 1898 passando nessa altura para o actual concelho de Fornos de Algodres. Pouco mais sei sobre a historia desta terra, para alem do facto de que durante a terceira invasao francesa, (1810-1811) a sua passagem cometeram estas tropas toda a sorte de crimes, roubos e destruicoes, entre a quais a da tribuna do altar mor da igreja de Na. Sa. da Graca.

Como e correntemente sabido, os judeus existem na peninsula Iberica desde pelo menos do tempo das feitorias dos gregos e cartagineses, o que nao e de admirar pois sempre foram um povo de mercadores, no entanto foi com os romanos que mais se espalharam por todo o imperio, principalmente depois da destruicao de Jerusalem no ano 70 da nossa era. Nao tenho para alem de suposicoes, nenhuns dados concrectos sobre a presenca judaica nesta freguesia, tampouco tenho conhecimento de nenhuma casa marcada com simbolos de cristaos-novos (caso algum leitor tenha conhecimento gostaria de ter o seu comentario). Mas tendo havido uma prospera e vigorosa judiaria em Linhares, nao seria de estranhar que tivesse havido judeus nas freguesias pertencentes e por conseguinte tambem em Vila Ruiva, pois pela sua localizacao junto a uma via romana, faria todo o sentido a sua existencia

quinta-feira, novembro 03, 2005

QUINTAS das "PARADEIRAS" e do "PARREXIL"

Quando nas primeiras entradas neste blog, me referi a estas quintas, a primeira mais tarde chamada do "Mateus" e a segunda do "Metildes", passou-me ao largo o facto das mesmas estarem a data da fundacao, (entre 1525 e 1657) dentro da area do dizimatorio da igreja de Algodres, para alem do facto de se encontrarem dentro do termo do antigo couto e concelho de Figueiro da Granja.

As demarcacoes civis e religiosas quase nunca sao concordantes, pelo facto da divisao religiosa ser muitissimo mais antiga, neste caso e resultante de que quando em 1170, foi demarcado o couto por D.Afonso Henriques, em favor do mosteiro cistercience de Tarouca, a area dele ja estava repartida, pela igreja de Sao Miguel de Fornos e pela de Sancta Maria de Algodres.

Quando mais tarde, creio que no seculo XIII ou XIV se fundou a igreja de Figueiro com uma area da paroquia de Fornos, continuou a respeitar-se a linha do dizimatorio com Algodres, que passava na zona da "Campaboa",(ainda hoje marcada nuns penedos) e so a partir do seculo XVII e que a area da igreja de Na. Sa. de Figueiro passou a incluir todo o termo do seu concelho.

Isto vem confirmar mais ainda, que estas quintas foram fundadas, por gente que queria isular-se em relacao a igreja correspondente, neste caso seria a de Algodres e nao a de Figueiro como eu supunha inicialmente, portanto ainda mais distante e de mais dificil acesso.

Ao mesmo tempo ai encontro a explicacao pela qual a minha familia Almeida (Pratas) ainda hoje tem parentes em Algodres. Quanto ao ramo Metildes/Cardoso que mais tarde passou a residir em Vila Cha de Algodres estava aparentada com gente de Cortico de Algodres, tanto uma como outra, freguesias pertencentes aquele antiquissimo concelho e ambas sufraganeas da igreja de Santa Maria de Algodres.

Para terminar quero tambem lembrar que na freguesia de Cortico ainda no seculo XVIII foi investigada a familia Magalhaes, pela duvida de que teria sangue judio, o que por si so prova que ai viveu gente de fe Hebraica.

CORRECAO

Induzi em erro qualquer amigo que deseje consultar o blog do Francisco Jose Viegas, aqui vai o endereco correcto: http://origendasespecies.blogspot.com/ podem clicar nos meus links em ORIGENS. Desculpe Francisco.

terça-feira, novembro 01, 2005

BEM HAJAM

O meu sincero e bem beirao bem haja, ao ORIGENS DAS ESPECIES: http://origensdasespecies.blogspot.com, pela gentileza da divulgacao deste humilde blog. bem hajam.

domingo, outubro 30, 2005

CASAL DO MONTE - PELOURINHO


Este pelourinho da antiga vila de Casal do Monte, e um monumento que data do seculo XVI, e contituido por uma plataforma constituida por varios degraus, em que se encontra implantada uma coluna octagonal, rematada por pinaculo encimado por uma esfera armilar: simbolo do rei D. Manuel I,

TRADICOES JUDAICAS III

Continuando a falar de habitos alimentares, que as nossas gentes teram herdado dos judeus, vou hoje referi as ervas azedas.

Dentre essas ervas que o povo hebreu consumia, para lhes fazer lembrar as amarguras da escravatura no Egipto, podemos incluir os saborosos mas amargos grelos de nabo, muito populares entre o nosso povo, sempre regados com o saudavel azeite regional. (e que bom e o azeite da regiao de Algodres)

Estara tambem nesse grupo de tradicoes, o consumo muito em voga nas nossas terras do saboroso mas agrio esperregado, este confecionado nao so a partir de folhas de nabo, mas tambem de feijao verde, favas tenras e outros vegetais. Na sua preparacao usa-se tambem o azeite e o alho, alem do vinagre de vinho para lhe intruduzir a acidez.

sexta-feira, outubro 28, 2005

TRADICOES HEBRAICAS II

Na alimentacao do povo das "Terras de Algodres", tambem ainda hoje permanecem muitos habitos alimentares judaicos, que foram adoptados pelo resto da populacao. Neles estao incluidos o consumo da galinha e do capao: (galo capado), do cabrito e do borrego que com o bacalhau, ainda hoje contituem os principais pratos regionais.

Entre os cristaos no entanto, creio que principalmente a partir do seculo XV, generalizou-se o consumo do porco e seus derivados, o que entre os judeus era proibido.

A razao fundamental desta proibicao, que data dos templos biblicos, esta muito mais relacionada com a saude, do que com a religiao, Na realidade dentre os muitos regulamentos judaicos, estao os preceitos higienicos e alimentares, nos quais esta norma se inclui.

Ora sabendo hoje nos, que os suinos ainda com muito mais saude veterinaria, continuam a ser grandes propagadores de pragas e doencas, muito mais o seriam nesses tempos de antanho, pelo que essa proibicao faria todo o sentido.

SOVERAL OU SOBRAL (PICHORRO)

Quando em 5 de Outubro passado escrevi sobre o Sobral Pichorro, referi que o mais antigo documento conhecido, referindo esta aldeia, era o cadastro da populacao do reino de D. Joao III, do ano de 1525, embora tenha referido tambem que era muito mais antiga.

Entretanto tive conhecimento que esta terra ja aparece referencia, nas inquiricoes de D. Afonso III, no ano de 1258, nessa altura designava-se: "Soveral" e era uma aldeia pertencente a igreja de "Sancta Maria d'Alguodres", Estava portanto certo quanto a antiguidade.

Esta era a razao pelo qual ainda no seculo XVIII, cada morador desta freguesia, tinha que vir em voto e que oferecer um frango, ao vigario da matriz de Algodres, em dia de Santa Maria (Maior), no dia 15 de Agosto.

E de crer portanto que a capela de Santo Cristo, que e o mais antigo templo desta freguesia, date pelo menos do seculo XIII, embora como ja referi, tenha adicoes na frontaria doutras epocas, principalmente da epoca jesuitica, O seu Portal e romanico e o seu interior com aboboda com cruzaria ogival de tres naves tambem.

quarta-feira, outubro 26, 2005

SOBRAL PICHORRO


Capela de Santo Cristo

CAPELA DE SANTO CRISTO - SOBRAL PICHORRO

Esta e a fotografia da Capela de Santo Cristo, ou Senhora do Pe da Cruz,e monumento nacional e fica na freguesia de Sobral Pichorro, concelho de Fornos de Algodres. Como noutra entrada escrevi e uma capela Romano-Gotica que deve datar do seculo XIII ou XIV.

TRADICOES HEBRAICAS I

Dentre os varios habitos e tradicoes, que grande parte das nossas gentes herdou dos judeus, esta a forma em como eram (e ainda sao nalguns casos) varridas as nossas casas. Pois nunca se varria de dentro para fora, mas sim da porta para dentro, nao sei qual e o significado, mas um senhor que eu conheci na minha juventude dizia: " E para nao varer para fora o dinheiro". Esse lixo era entao varrido para as lareiras, que na nossa regiao eram ao mesmo nivel do resto do piso, sendo entao nelas queimado.

segunda-feira, outubro 24, 2005

INFIAS - IGREJA DE SAO PEDRO


A igreja de S. Pedro de Infias, data pelo menos do seculo XIV, no entanto este templo e muito mais recente e da construcao original pouco ou nada resta. A fachada que aparece na foto datara do seculo XVI no entanto a torre sineira ou campanario geminado e dos meados do seculo XIX, pois o anterior era de um so sino.
No lado oposto ao campanio encontra-se uma pedra com uma pequena lapide romana, dedicada ao deus "MERCURIO"

INFIAS - COLUNA ROMANA


Esta base de coluna romana, foi encontrada no centro da antiga vila de Infias, muito perto da praca onde se ergue o pelourinho. Estava no subsolo de um patio de uma casa, que embora tenha uma data do seculo XIX eu suponho ser muito mais antiga.

sexta-feira, outubro 21, 2005

ENFIAENS, INFIDELAS, OU INFIAS


A hoje freguesia de Infias foi uma vila e concelho, desde data incerta mas pelo menos desde principios do seculo XVI e ate 1836, data desde a qual foi incorporada no concelho de Fornos de Algodres. E uma muito antiga povoacao habitada pelo menos desde o seculo XIII, pois ja em 1248 ha referencias a: "Goncalvvs Menendi", "Petrus Pelagii" e "Diago Martini" seus habitantes, no entanto por essas alturas nao era ainda concelho, desconhecendo-se se estaria incluida no termo de Algodres ou no de Fornos. O que se sabe e que nunca possuiu carta de foral e sempre se regeu pelos forais do concelho de Algodres.

O povoamento nesta freguesia datara pelo menos do Calcolitico, datando desse tempo embora ainda nao escavados, vestigios no monte da Raza. Relativamente perto tambem embora ja no termo de Algodres, existem vestigios arqueologicos ja de certa forma documentados da epoca do Neolitico, na quinta da Assentada.

Foi no entanto durante a Romanizacao e depois do abandono do castro da Raza, ja na planura que tera tido bastante desenvolvimento, havendo quem afirme que aqui existiu uma "civitas" ou "villae" romana. Tem sido encontrados (embora sem nunca se ter feito nenhuma escavacao a serio) varios vestigios: moedas de varios imperadores, partes e capiteis de colunas, pedras de moer, lapides, etc.. Tambem e certo aqui se terem cruzado ou bifurcado duas estradas romanas: uma que de Viseu se dirigia a Egitanea por "Linhares" e outra da referida cidade que ia a Merida por "Trancoso". Ha tambem vestigios desse tempo nas Porviegas e na quinta do Godinho.

A darmos credito ao padre Luiz de Lemos (LEMOS edm s/d) a origem do toponimo "Infias" derivaria da palavra latina: Infidelas que com o tempo tera perdido as consoantes "d" dando Infielas e o "l" resultando: Infieas que depois tera evoluido para Infias, e muito provavel que tenha razao, mas certo e que em 1525 no cadastro da populacao do reino mandado realizar por D. Joao III era referida como vila e concelho com o nome de "Emfiaens". Ambas as palavras tem o mesmo significado, e designam um grupo de infieis ou pessoas nao convertidas. Esta designacao ter-lhe-a sido dada pelos cristaos e estes infieis tanto poderiam ter sido mussulnamos, judeus ou qualquer outra religiao que nao a crista.

O mesmo padre Luiz afirma tambem que a igreja de S. Pedro data da epoca romana e sera dos primeiros tempos do cristianismo, afirmando que era costume nesses tempos dedicar a S. Pedro as igrejas situadas junto cruzamentos de estradas romanas. Pode muito bem ser que tenha razao, no entanto o documento mais antigo conhecido em que aparece mencionada esta igreja data de 1320, em que no reinado de D. Dinis foi taxada para a guerra com os mouros em 10 libras. Dai somos levados a concluir que ja existia antes dessa data, mas nao creio que date da epoca romana. Havendo na fachada desta igreja uma pequena lapide votiva do deus Mercurio, ha quem afirme tambem que este templo foi erguido no sitio em que tera havido outro aquele deus romano, nao existem nenhumas evidencias que o confirmem e o mais provavel e que essa lapide tera existido junto a estrada romana (Mercurio era o patrono dos viajantes) e para construcao da igreja tera sido aproveitada, no entanto nunca se podera descartar totalmente a primeira hipotese.

Pelas evidencias apontadas as origens do toponimo "Infias" que sera pos-romano, tem a ver com o facto desta povocao originalmente ter sido formada por gente que nao professava a fe crista. Se eram judeus ou mouros ou de outra religiao nao sabemos, mas devido ao facto de se situar junto a estradas romanas bem poderiam ter sido judeus (eles ja existem na peninsula Iberica desde pelo menos o seculo VI) e como eles eram maioritaramente artezaos, mercadores e tax colectores, faria todo o sentido que residissem junto a boas vias de comunicacao. De outras religioes nao existem nenhumas evidencias e mussulmanos tambem nao creio que fossem pela simples razao de que esta regiao era muito mais uma regiao de fronteira e nao se conhecem nenhuns vestigios de povoamento por eles organizado.

segunda-feira, outubro 17, 2005

OS LATOEIROS


A latoaria e o fabrico de objectos de uso geralmente domestico em metal de folha de Flandres ou chapa zincada, pelo nosso povo identificada por "lata". Estes artigos: Cantaros, regadores, baldes ou outros mais pequenos como canecas, medidas, almotolias, funis, etc; embora ja hoje destronados devido ao uso generalizado do plastico, foi ate a relativamente pouco tempo uma actividade com bastantes artezaos no nosso concelho, principalmente na vila de Fornos e nas freguesias de Juncais, Figueiro da Granja e creio que tambem na Matanca.

Ligada tambem a pastoricia e ao fabrico do queijo "da Serra" tambem se confecionavam objectos ligados a essas areas como: a candeia do pastor, a ferrada para a ordenha e transporte do leite, a francela (outrora feita em madeira) e os acinchos para a confeccao dos queijos.

Nao havia feira nenhuma nesta regiao, em que nao se negociassem estes metalicos artigos e ainda hoje muitas vezes so para artezanato e decoracao ainda se podem comprar nas poucas feiras que ainde se realizam.

Em tempos ainda nao muito recuados para alem das oficinas de latoeiro, normalmente no res-do-chao das suas residencias (uso muito comum entre os judeus) ainda em especificos dias se deslocavam as outras aldeias, onde nao havia este tipo de artezaos, para junto dos necessitados repararem alguns objectos que entretanto se tinham rompido, normalmente: cantaros, regadores e baldes. Eu ainda em crianca presenciei este tipo de consertos e cenas como esta ficaram gravadas na minha memoria, sendo para os meus olhos de crianca como um milagre a forma como os latoeiros derretiam a solda nessas reparacoes. (reciclagenm em accao ja nesses tempos)

Para alem dos artigos referidos eram tambem os latoeiros, que noutras localidades eram identificados por "picheleiros" quem fabricava tambem as caleiras e algeroses para as habitacoes e bem assim os "canecos" das noras, muito usadas ainda em tempos nao muito distantes, mas que as ultimas 2 ou 3 geracoes ja nao conheceram, mas que antes do advento das bombas com motores a gasolina e gasoleo e ultimamente electricas, eram juntamente com os "picancos" e "cabacos" (outro uso de materiais em "lata") a maneira como se extraia dos pocos e nascentes a agua que outrora tornava as nossas leiras e quintas uns jardins, em que se produzia praticamente tudo para alimentacao nas nossas gentes.

Pelo que referi estes artezaos eram essenciais ao bom funcionamento das varias areas em que baseava a vida e a economia destas areas rurais nas quais se integravam as nossas "Terras de Algodres". Nao sei desde quando se comecou a desenvolver esta arte da latoria, mas e muito antiga. Tampouco conheco quem a tera introduzido na nossa regiao, o que sei e que foi praticada pelos judeus e nem me admiraria que os nossos antigos "latoeiros", fossem descendentes de "cristaos-novos" ou deles tivessem aprendido esta profissao.

Da mesma maneira que o fiz com os "tamanqueiros" quero neste apontamento prestar a minha homenagem aos "latoeiros" pelo seu contributo ao antigo progresso da nossa terra e saudar ou poucos que ainda existem, pela sua perseveranca pois nestes tempos poucos ou nenhums lhe seguiram as pisadas, e creiam que e pena.

quarta-feira, outubro 12, 2005

YOM KIPPUR (DIA DO PERDAO)

Celebra hoje dia 12 de outubro de 2005 (5766) toda a comunidade judaica o Yom Kippur (dia em que os judeus pedem perdao pelas ofensas a D-us durante o ano passado), embora os meus poucos leitores possam nao ser judeus, nao quiz deixar passar esta data sem a assinalar neste blog. Creio que nada perdemos em aprender algo. SHALLON

segunda-feira, outubro 10, 2005

BEM HAJA

O amigo Eduardo teve a gentileza de divulgar: JUDEUS EM TERRAS DE ALGODRES, no seu blog: BLOGUICES http://edynet.blogspot.com o meu sincero e bem beirao BEM HAJA.

domingo, outubro 09, 2005

SOBRAL PICHORRO & ARCOS ROMANO-GOTICOS II

Creio que teram sido pertenca de judeus as casas situadas na rua principal de Sobral Pichorro, cuja entrada para o patio comum e franqueada por um arco gotico medieval, que por si so denota antiguidade. Na frontaria do referido arco foi colocado um escudo em que se encontra esculpida em relevo uma cruz latina.

Estas casas e arco suponho datarem da baixa idade media, (talvez do seculo XIII ou XIV) pela sua rusticidade creio que nao tenham sido de nenhuma familia nobre, alem disso nao conheco nenhuma familia cuja pedra de armas seja semelhante a este escudo com uma cruz. Alem disso comtemporanea a construcao destas casas, nao era ainda usual entre a nobreza as pedras de armas, pois esse habito so passou a ser comum a partir do seculo XVI.

Casas com este tipo de entrada tem todo o tipo de casas de artezao ou de comerciante e dao aspecto de que teriam sido de pessoa com alguma riqueza. Embora sem o afirmar nao creio que este brasao seja comtemporaneo da construcao do arco e devera ter ai sido colocado mais tarde, suponho que pelos fins do seculo XVI. Foi por essas alturas que os cristaos-novos (antigos judeus) comecaram a ser perseguidos. Assim e sendo os proprietarios dessas casas pessoas importantes e ricas, poderam ufanar-se da sua nova fe com esta pedra de armas, que por si so nao deixaria a menor duvida nem ao mais exigente inquisidor.

Sabe-se tambem que entre outras esta foi uma das maneiras usadas pelos antigos judeus para iludir os padres e seus informadores, depois de terem sido obrigados pelas circunstancias a professar uma fe que nao era a deles, embora muitos somente o fizeram exteriormente.

Uma outra razao que tera originado a construcao deste arco de entrada, tera sido o facto de que antes do edito de expulsao, os judeus embora nao perseguidos e muitas vezes ate protejidos pelos nossos reis, tinham o dever de encerrar as judiarias desde o por ao nascer do sol. Ora sendo esta povoacao pequena nao haveria aqui nenhuma judiaria ou comuna, mas unicamente algumas poucas familias que professavam a fe de Moises. Residiriam entao nestas casas e este arco de entrada era a forma de se isularem do resto da populacao, sendo a porta nele colocada encerrada ao por do sol para cumprir as leis vigentes.

Devido a todas estas evidencias eu concluo que estas construcoes sao anteriores ao seculo XV e teram sido habitadas por judeus.

quarta-feira, outubro 05, 2005

SOBRAL PICHORRO & ARCOS ROMANO_GOTICOS I

O Sobral Pichorro e uma antiga povoacao, situada ao fundo da encosta da serra de Maceira e relativamente perto, da margem norte da ribeira da Cortegada ou Muxagata. Foi outrora uma freguesia incorporada ao concelho de Algodres abrangendo tambem a povoacao da Mata, por essas alturas identificada por: "Quinta da Mata Gata". Com a extincao do antiquissimo concelho de Algodres (1836) passou com todas as freguesias deste para o novo municipio de Fornos de Algodres.

A sua toponimia que outrora era Soveral, com o passar dos anos e a evolucao do nosso idioma passou para: Soberal e mais tarde para Sobral. Ha quem afirme que o toponimo deriva da palavra: Sobreiral (zona de sobreiros) podera ser verdade pois nas redondezas ainda hoje existem algumas dessas especies arboreas, que sao arvores endemicas da nossa regiao, provavelmente muitas mais haveriam aquando da fundacao desta terra. No entanto tambem poderia ter herdado o nome de algum individuo de apelido: Soveral que ca tenha residido ou ate a tenha fundado (existem documentados varios Soverais desde tempos antigos na regiao pelo menos em Figueiro da Granja e Vila Cha...)

Segundo uma tradicao popular o complemento: "Pichorro", vem-lhe do facto de que quando por aqui passou a terceira invasao francesa (1810) para que estes nada de mal fizessem a populacao, os fidalgos desta terra "Beltroes" receberam-nos muito bem sendo logo secundados pelo resto dos habitantes, que lhes providenciaram alimentos e vinho, este foi servido em jarras e canecas de barro; conhecidas na nossa regiao por "pichorros", foi entao que o comandante das tropas tera decretado que por esse motivo e porque o vinho era de boa qualidade a povoacao passase a ser conhecida por: Sobral Pichorro. Desconheco se existe algo de verdade nesta versao ou se e unicamente uma lenda, no entanto certo e que por aqui passaram os franceses durante a terceira invasao. Ha tambem quem afirme que a principal razao pelo qual esta aldeia foi de certa maneira poupada foi pelo facto de na capela do solar dos fidalgos existir uma imgem de S. Luiz Beltrao; santo de grande devocao dos franceses.

Embora havendo vestigios e ruinas de ocupacao humana relativamente perto, pelo menos desde o fim do calcolitico: (Fraga da Pena, Trepa....) a origem desta freguesia devera ter sido de algumas "villae" agricolas romanas localizadas junto ao fertil vale da Ribeira da Muxagata, havendo ate quem afirme que tanto o Sobral como a Mata se encontram localizadas sobre ruinas romanas (MARQUES, 1938). Ao redor destas "villae" se teram desenvolvido as povoacoes e provavelmente em fins da idade media com a instituicao paroquial teram constituido uma freguesia. O documento mais antigo conhecido em que se faz referencia ao Sobral, e o cadastro da populacao do reino de D.Joao III de 1525, no entanto esta terra e muito mais antiga.

Datando desses tempos antigos datara certamente (seculos XIII ou XIV) a capela de Santo Cristo ou Senhora do-Pe-da-Cruz, (monumento nacional desde 1944) e uma capela romano-gotica conservando o seu interior relativamente inalterado, ai se encontra um tumulo com estatua jacente que sera provavelmente do fundador da capela, embora seja de reduzidas dimensoes e constituida por tres naves separadas por arcos romanicos e com aboboda com cruzaria ogival, a frontaria com portal romanico original tem no entanto ja adicoes de outras eras, principalmente da epoca jesuitica, encontra-se bem conservada e e digna de ser visitada.

terça-feira, outubro 04, 2005

NOVO PEDIDO

Ja algum tempo solicitei a inclusao deste blog: http://judeusterrasdealgodres.blogspot.com, nos links do site do municipio de Fornos de Algodres. Nao o fiz com o intuito de com isso conseguir mais leitores, mas fundamentalmente com a finalidade de poder contar com a colaboracao e os comentarios dos meus conterraneos, para a investigacao e divulgacao de uma parte da nossa historia, que continua ignorada pela maioria senao a totalidade das nossas gentes.

Sei que nao sou dono da verdade, por isso essa colaboracao muito poderia ajudar a desvendar alguns factos e com isso poder, corroborar ou desmentir as minhas ideias ou afirmacoes. Infelizmente ate ao dia de hoje ainda me nao deram a honra de puder constar nessa lista de links, assim como tambem a nao deram ao Blog sobre Algodres: http://algodres.blogs.sapo.pt, do meu amigo Nuno Soares que muito tem contribuido para a divulgacao do nosso municipio.

Continuo convicto de que seria de utilidade para todos os "Fornenses" interessados pela historia do seu concelho, tambem o seria para todos os amigos das "nossas terras" a maior divulgacao destes dois sites. Reitero novamente o meu pedido, desde ja um sincero bem hajam.

ANO NOVO DE 5766

Celebra-se a partir do por do sol 3 de Outubro ( primeiro dia do mes Tishri do calendario Hebraico) o ano novo judaico, este ano e pelos judeus conhecido por: 5766. Este calendario de segundo a tradicao e historia deste povo, comecou no ano em que Moises entregou aos judeus as tabuas da lei que ele trouxe do Monte Sinai. De acordo com o Antigo Testamento (Torah Judaica) estes mandamentos foram gravados pelo proprio Deus com raios de fogo.

Este primeiro dia do ano novo judaico e conhecido pelo nome de: Rosh Hashana.
Por tudo isto e porque de acordo com os especialistas 50% da populacao portuguesa tem sangue judaico, um bom ano novo para todos!!!

quinta-feira, setembro 29, 2005

CABRAIS E MENANOS II


Ja me referi na entrada anterior ao contributo que os Cabrais de Fornos de Algodres, deram a governacao e ao ensino em Portugal e ao nosso concelho, alem destas areas tambem muito contribuiram para a confeccao e reformulacao de leis, de certa forma bastante avancadas para a epoca, facto que por si so revela inteligencia e sentido de progresso e nao de retrocesso. Quanto a mim foi esta a principal razao pelo qual foram tao atacados politicamente, porque as classes ja em si favorecidas nunca querem perder os beneficios e benesses. (Ate parece que estavamos em 2005!!! como a historia se repete.)

Vou-me agora referir a outra familia de Fornos que deixou o nome ligado a justica e a medicina, mas e tambem fundamentalmente a cultura no nosso pais e que muito engrandeceu as nossas "Terras" os: Menanos; familia tambem numerosa e descendente de proprietarios agricolas medios para a altura, estou a referir-me aos fins do seculo XIX e principios do passado, portanto umas geracoes depois dos Cabrais. Tal como naqueles o pai desta geracao de Menanos, o facto de ter tido 14 filhos nao o impediu de lhes dar uma boa educacao e muitos deles foram formados na universidade de Coimbra. Primeiro Jose e Paulo Costa e mais tarde ja em principios do seculo XX: Horacio, Antonio e Francisco Menano. Todos eles contribuiram na area cultural para a divulgacao da chamado "Fado de Coimbra", tanto em composicao como em poesia e interpertacao.

Todos eles foram notaveis e muito contribuiram para que a sua geracao ficasse conhecido por: "geracao de oiro" mas foi na composicao com o Dr. Franciso Menano e na interpertacao com Dr. Antonio Menano que ficaram mais celebres. O Dr.Antonio Menano com a sua voz extraordinaria conseguiu superar todos os outros e ate o saudoso Hilario. Mas nao foi so na interpertacao que o Dr. Menano contruibuiu para a da Cancao de Coimbra, foi fundamentalmente na divulgacao e nao so neste tipo de musica mas do fado em geral, pois foi quem primeiro gravou o fado portugues, primeiramente em Paris e depois em Lisboa e Madrid, tendo ele so gravado mais discos que todos os cantores da sua geracao.

No entanto a vila de Fornos ja anos antes tinha legado um outro seu filho para a: "Cancao de Coimbra" este sim contemporaneo de Antonio Hilario, foi um reconhecido guitarrista chamou-se: Jaime Augusto Ferreira de Abreu e foi estudante em Coimbra onde se formou em 1888. assim temos que as nossas "Terras" sempre estiveram no primeiro plano desde os inicios deste tipo de musica na sua divulgacao, ainda mais recentemente e embora sem a projecao dos Menanos, tem havido varios interpertes daqui naturais da musica de Coimbra.

A familia Menano e por isto e muito mais um bom exemplo de como a educacao e a cultura sempre faz progredir e avancar, pois quando as pessoas abrem horisontes e inovam mantendo a mente sempre aberta, podem como diz uma maxima judaica: "Apender com todos".
Nao sei se nesta familia havera sangue judaico, mas nao me custaria a acreditar que sim, no entanto deixo as suas geracoes mais novas esta investigacao.
Alem destes poderia referir-me tambem as seguintes geracoes desta familia e ao seu contributo para o concelho e regiao mas como e comtemporanea da minha, poderia exagerar ou nao lhe fazer inteira justica, pelo que deixo essa tarefa para os vindouros.

terça-feira, setembro 27, 2005

CABRAIS E MENANOS, I


Aparentemente nao ha muito em comum entre estas duas familias naturais da vila de Fornos, mas se analizar-mos melhor podemos encontrar algumas similiaridades. Os Cabrais embora tivessem ainda sangue da familia onde entronca o descobridor do Brasil, (os mais antigos conhecidos nesta vila foram os fundadores da Mesericordia em fins do seculo XVI) eram descendentes de um ramo desta familia com solar em Cerorico o Bebado (Celorico da Beira) e era uma das mais importantes familias da Beira; Senhores de Belmonte e Azurara (Mangualde) e alcaides-mores de varias cidades e vilas.

No entanto foi ja no seculo XIX que uns descendentes daqueles Cabrais, atingiram prestigio a nivel nacional e enobreceram ainda mais esta antiga vila; Estamos a falar do Conde de Cabral: Jose Bernardo da Silva Cabral e do Conde e mais tarde Marquez de Tomar: Antonio Bernardo da Costa Cabral, um e outro ministros em varios governos durante o reinado de D. Maria II, tendo deixado o seu nome ligado a historia do nosso pais.

Estes Cabrais eram no entanto filhos de um proprietario medio, que embora pertencendo ao concelho da Rainha era um fidaldo de pequena estirpe e nao muito rico, (para por o filho Antonio a estudar em Coimbra teve de alienar uma propriedade que tinha em Sobral Pichorro neste concelho) mas fez questao em dar uma boa educacao aos varios filhos e muitos deles tiveram-na universitaria, tendo com isso enobrecido a familia e a sua terra, contribuindo com isso tambem para a renovacao e desenvolvimento da nossa nacao, se mais nao fizeram foi porque a inveja que e a arma dos imcompetentes e as continuas revolucoes dessa altura nao o permitiram.

Como referi embora descendentes da pequena nobreza, de certa forma nunca pelos grandes nobres aceites ao mesmo pe de igualdade, querendo talvez com isto significar que talvez dentro dessa familia poderam ter existido algumas ligacoes matrimoniais , que nao estariam dentro das regras instituidas por essas linhagens antigas, (casamento com pessoas de raca judaica ou com pessoas mecanicas "artezaos ou comerciantes).

Foram no entanto gente ilustre pelo cultura e instrucao e ai e que eu posso encontrar o paralelo, pois como sabemos entre o povo de ascendencia judaica sempre existiu e ainda hoje existe o afam da educacao e cultura, nao quero com isto afirmar que estes Cabrais tenham sangue judaico mas poderiam te-lo tido, pois durante o liberalismo ja tinham sido abolidas todas essas antigas regras e varias pessoas comprovadamente de sangue judaico foram elevadas a nobreza.

Os Cabrais de Fornos de Algodres sempre se bateram pela educacao e cultura do nosso povo e foi o Antonio Bernardo da Costa Cabral quando ministro do reino, que instituiu varios estabelecimentos de ensino em varias cidades e vilas e criou o ensino primario em Portugal, que infelizmente devido as benditas revolucoes so bastante mais tarde foi implementado. Alem disso a sua morte legou o seu solar de Fornos ao municipio, para ai ser criado um estabelecimento de ensino, que a partir de 1948 foi o Externato Marquez de Tomar, escola essa que formou uma grande parte da gente do nosso concelho.

quinta-feira, setembro 22, 2005

OS TAMANQUEIROS

De entre todas as profissoes manuais que se desnvolveram na vila de Fornos, a que maior renome alcancou ate meados do seculo passado foi a "tamancaria": arte de confecionar tamancos e tamancas. Para os mais novos e que se nao lembrem deste tipo de calcado passo a explicar: Tamancos era um tipo de botas normalmente para homem, feitas de cabedal ao natural e que eram depois encebadas, ou tambem nalguns casos pintado de preto ou outras cores e as Tamancas era um tipo de chinelas femeninas, normalmente pintadas e decoradas havendo-as tambem em cabedal ao natural, uns o outros com a particularidade de terem a sola feita de madeira, usualmente de "amieiro"(madeira facilmente moldavel). Para alem de ser uma materia prima em abundancia (os amieiros sao uma especie arborea bastante frequente nas zonas ribeirinhas na nossa regiao de Algodres) usava-se tambem pelo facto de ser um material quente e seco e portanto muito proprio, principalmente para os meses de inverno, muito mais severo nesses tempos de antanho.

Fornos de Algodres era conhecida nesses tempos por: "Terra dos tamanqueiros" devido ao facto de terem chegado a existir varios fabricantes nao so na vila mas tambem na vizinha Infias, havendo alguns que davam emprego a bastantes artezaos. Os tamancos de Fornos eram comercializados em todas as feiras da Beira e ainda em Tras-os-Montes (por coincidencia ou nao as zonas mais frias do nosso pais) e eram um tipo de calcado muito popular entre os pastores das bem conhecidas ovelhas "bordaleiras" e "merinas mondegueiras" que poduzem o leite com que se confeciona, o nosso bem conhecido "Queijo da Serra da Estrela" reconhecido em todo o lado como um dos melhores do mundo. Hoje este tipo de calcado embora ainda se fabrique em pequena escala para artezanato foi destronado com o advento da burracha e mais tarde do plastico, muito raramente se ve alguem a usar tamancos.

A origem do fabrico dos tamancos perde-se na memoria dos tempos, mas nao seria de estranhar que tivesse sido introduzida na nossa regiao, pelos seguidores da fe de Moises, como sabemos os judeus nunca foi um povo que se dedica-se muito a agricultura eram; nas classes mais ricas: "fisicos"(medicos) homens de leis e advogados, comerciantes e banqueiros, nas classes mais pobres entre outras coisas eram: alfaiates, sapateiros, carpinteiros, latoeiros, cesteiros etc... Por isso nao me custa nada a crer que tivessem sido eles quem introduziu este tipo de calcado nas nossas terras. Mas tivessem sido eles ou nao, quem o fez so mostrou que tinha sentido apurado para o que era um bom industrial e comerciante, pois usavam materias primas locais e de acordo com as necessidades da regiao.

Quanto deveriam aprender deles estas novas geracoes, porque em vez inovar usando os nossos productos, unicamente so sabem copiar outras regioes e ou seus vizinhos. Pois nem seria preciso ter uma vista muito apurada para se verem possibilidades de desenvolvimento usando as nossas materias primas.

quarta-feira, setembro 21, 2005

PARA LER E PENSAR

Quando comecei a consultar o blog: "Rua da Judiaria" logo me chamou a atencao uma frase que se encontra no titulo desse mesmo site (perdoe-me Nuno pela inculsao) diz assim: "Quem e sabio? Aquele que aprende com todos" ("Ben Zoma", Pirkei Avot 4:1")
gostei muito desta maxima, porque de certa forma sempre esteve de acordo com a minha filosofia de vida; sempre e dentro das minhas limitacoes tentei aprender com todos, mas nem por sombras me considero nem perto dos sabios, isto nao e falsa modestia podem crer.

segunda-feira, setembro 19, 2005

BEM HAJA

O meu sincero e bem beirao BEM HAJA ao: http://idanhense.blogspot.com/ pela inclusao deste humilde blog naquele site. Para todos quantos desejem conhecer mais sobre a Idanha-a-Velha e um bom ponto de partida. Para os que nao sabem foi la que se originou a hoje diocese da Guarda, que engloba presentemente duas das nossas paroquias: Juncais e Vila Ruiva da Serra.

sábado, setembro 17, 2005

HOSPITAL DE FORNOS

A antiga vila de Fornos ja tem hospital pelo menos desde 1573, pois de ai em diante aparece documentado no livro das visitacoes da diocese de Viseu, era governado por um provedor e tinha casa propria e varias propriedades. Quando em 1666 foi instituida a Mesericordia nesta vila, apoderou-se esta dentre outras coisas dos bens de referido hospital e passou a partir de entao a administra-lo.

O facto de ter hospital por si so persupoe, que desde esses tempos ja nesta vila havia pelo menos um medico que entao era denominado "fisico". Sabemos pela nossa historia que a grande maioria senao a totalidade dos medicos nessas alturas eram judeus. Por isso e ainda sem o afirmar categoricamente, suponho tambem que o "fisico" de Fornos seria judeu, era ele quem entre outras coisas atendia o hospital desta vila. Deveria ser natural da vila, pois com os fracos meios de comunicacao que havia na altura, nao seria nada facil que aqui se desloca-se de outra localidade.

Alem do hospital havia tambem nesta vila desde tempos imemoriais uma farmacia ou "botica" como era identificada nesses tempos de antanho. A tradicao dessa mesma "botica" ainda hoje predura e a rua onde ela se localizava; na parte mais antiga de Fornos de Algodres, ainda hoje se chama "Rua da Botica".

Sabe-se que foram os judeus quem desde sempre, mais se dedicou a medicina, farmacia e outras profissoes liberais, bem assim ao comercio e industrias artezanais.
De uma maneira geral sempre foram um povo instruido pois dentro das suas comunidades existe a maxima que diz: "Toda a cidade sem educacao e cultura sera uma cidade morta". Que pena terem sido expulsos e proibidos de executar as suas profissoes, tendo con estas leis os nossos governantes a partir do seculo XVI originado o atrazo que de certa forma ainda hoje se faz sentir.

Como seriam hoje as "Nossas Terras" se nao se tivessem expulso, perseguido e queimado nos autos-de-fe os Cripto-judeus portugueses.

sexta-feira, setembro 16, 2005

CASAL DO MONTE


De acordo com o foral de D. Sancho I, concedido ao concelho de Penaverde, ja nessa altura (principio do seculo XIII) o Casal do Monte era uma herdade da Ordem Hospitalaria, esta mesma ordem devera ter-lhe concedido o primeiro foral anos mais tarde para promover o seu povoamento. Ha quem afirme que foi o prior do convento de Moreira em 1235 quem lhe concedeu o primeiro foral, no entanto creio que devera haver alguma confusao, porque essa carta a que se referem foi concedida a Queiriz que era ja nesse tempo a paroquia que englobava o Casal do Monte, no entanto sendo este propriedade dos Hospitalarios nunca esteve subordinado aquele convento.

No seculo XVI o rei D. Manuel I ter-lhe-a concedido foral novo em data hoje incerta, mas o seu pelourinho estilo manuelino a essa conclusao nos leva. Embora vila e concelho nunca constituiu paroquia e sempre esteve dentro da circunscricao paroquial de Queiriz. Desde o seculo XIII pertencia ao termo do julgado de Penaverde, mas ja em 1724 pertencia ao julgado de Trancoso.

Quando das reformas administrativas de 1836, entre os muitos concelhos extintos esteve tambem Casal do Monte, sendo conjuntamente com a freguesia de Queiriz englobado no Concelho de Fornos de Algodres, e como ja pertencia aquela paroquia foi a partir dessa data incluido naquela freguesia, tendo perdido entao toda a sua autonomia civil.

Depois desta pequena intruducao, quero referir-me as evidencias da presenca judaica neste pequeno mas muito antigo concelho, nao sabemos quanto numerosa tera sido a comunidade Hebraica, mas sabe-se que existiu e ainda hoje ha varios vestigios da sua presenca, em varias casas que foram mais tarde de "cristaos-novos". Situando-se relativamente perto de Trancoso que teve uma das mais numerosas e importantes comunidades judaicas da nossa Beira, nao e de estranhar a sua presenca deste povo no Casal do Monte.

O facto de nunca desde a epoca medieval, ter constituido sede paroquial, sabendo-se que outras povoacoes muito menos numerosas o foram, (ex. Vila Cha, 1525 =15 fogos) pode levar-nos a conclusao de que a maioria dos habitantes desta antiga vila nao era crista, seriam de religiao judaica, pelo que nao haveria incentivo para que esta vila tivesse constituido a sua propria paroquia, e os cristaos aqui residentes eram assistidos na igreja de Sta. Agueda em Queiriz.

terça-feira, setembro 13, 2005

BEM HAJA

Um bem beirao BEM HAJA ao meu amigo Nuno Guerreiro, pela inclusao do meu humilde blog, na seccao: Leituras do seu blog http://ruadajudiaria.com. Todos os que como eu gostem dos temas judaicos, gostaram decerto da sua leitura, desde aqui convido-os a consulta-lo.

segunda-feira, setembro 12, 2005

QUINTA DO PARREXIL OU DO METILDES

Esta pequena quinta do Parrexil que creio nunca tera tido mais do que um fogo, foi a semelhanca das pequenas aldeias do antigo concelho de Figueiro da Granja, fundada entre os anos de 1527 e 1657. Tendo sido fundada depois do edito de expulsao dos judeus, suponho que tal como as restantes tambem esta quinta tera sido fundada por "cristaos-novos" (estranho uma era a quinta das Paradeiras e esta do Parrexil: Parece que as gentes que as fundaram vinham a fugir de algo e so ai pararam).

Esta quinta ainda ha relativamente pouco tempo era habitada e era conhecida por "quinta do Real", outrora para alem do nome original foi designada pelo menos desde o seculo XIX por quinta do Metildes; por ai ter vivido um individuo de apelido "Metildes"

Ora o um dos meus bisavos paternos chamou-se: Jose Metildes Cardoso e viveu nessa quinta antes de se ter mudado para Vila Cha de Algodres; freguesia que lhe fica relativamente perto. Creio que o apelido "Metildes" o tera herdado de sua mae, portanto tera sido o seu avo (meu quarto avo) que tera originado que esta quinta tenha mudado o nome de Perrexil para Metildes. Esta nome e bastante invulgar e creio que se tera perdido com o meu bisavo, pois sendo o apelido varonil Cardoso foi esse que continuou e continuara por essa via na nossa familia.

Existem varios indicios de que a nossa familia tem ascendencia judaica, ja me referi as minhas suspeitas pelo ramo dos: Almeida (Pratas) e Espirito Santo, (dois apelidos comprovadamente usados pelos cripto-judeus) hoje vou-me referir ao "Cardoso", mas antes lembrar que os judeus casavam entre si, infelizmente tenho que deixar de parte o apelido "Metildes " pois dele pouco sei.

O Nome Cardoso de acordo com os genealogistas, e ja conhecido em Portugal desde o seculo XII e tera tido origem na quinta do Cardoso que se situava nos arredores de Lamego. Este nome foi usado desde essas alturas por varias familias nobres e espalhou-se por todo o reino tendo-se generalizado. Foi e continua tambem a ser usado por familias que provavelmente nao tem qualquer ligacao com esses ramos "nobres" dos Cardosos. Presentemente esta espalhado em todos os paises de expressao portuguesa e castelhana , havendo tambem uma verzao italiana deste apelido.

Sabe-se tambem que foi um apelido bastante usado pelos judeus portugueses nos seculos XV e seguintes: Ainda hoje existe em Nova York uma familia de nome "Cardoso" de judeus ilustres e bem conhecida em toda a America; esta como outras descendente dos judeus portugueses que foram os primeiros que se instalaram nesta cidade quando ainda era "Nova Amesterdam" e era uma colonia holandesa. Alem destes houve tambem um outro judeu que foi juiz do supremo tribunal dos Estados Unidos de nome : Benjamim de Souza Cardoso e ainda a relativamente pouco tempo era rabi da sinagoga Portuguesa-Espanhola de nova York um senhor de apelido Cardoso.

Alem destes factos gostaria de lembrar que o meu bisavo era alfaiate; uma das profissoes desempenhadas pelos judeus, profissao que fez questao de passar aos seus
filhos sendo o meu avo o unico que nao seguiu essa profissao para grande desgosto daquele. Concluo portanto que os: Almeida Pratas e Espirito Santo, se teram ligado aos: Metildes Cardoso devido ao facto de entre eles haver sangue hebraico.
Alem disto muito gostaria de saber qual tera sido a razao que originou que o meu avo que chegou a ser um catolico muito praticante, deixou a partir de meados do seculo passado de praticar a religiao catolica. Sera que descobriu as suas origens judaicas? Infelizmente hoje nao o poderei saber pois faleceu sem eu o ter averiguado.

sábado, setembro 10, 2005

INDICIOS HEBRAICOS


Quando a cerca de trinta anos tive acesso, ha ate hoje primeira monografia das terras de Algodres (nessa altura nao era facil pois estava esgotada, (esta cuja fotografia aparece foi reeditada em 1988) tive o prazer de como grande amante de historia, me inteirar de muitos factos ate entao eram por mim desconhecidos acerca da historia das nossas terras.

Embora hoje admitindo que com bastantes lacunas e omissoes, tenho que reconhecer que para a epoca (1938) foi uma obra notavel e sem ela hoje muito da nossa historia colectiva estaria perdida, no entanto e como ja referi noutra entrada o monsenhor Pinheiro Marques, ou por ignorancia ou por outra qualquer razao, praticamente nao se refere a presenca judaica no nosso concelho de Fornos de Algodres, que se sabe existiu e ate tera sido bastante notavel.

Aquando da minha primeira leitura deste trabalho nao me movia como hoje a investigacao acerca deste tema, por isso foi ja muito mais tarde quando e por falta de outros meios de consulta, comecei a descobrir pequenas referencias que de todo estavam relacionadas com os judeus.

Hoje vou fazer referencias a mais algumas destas pistas: "Na seccao das curiosisades do concelho (pag.36 e 37) e referido que: "numa casa do sr. Tiago de Almeida (este nome nao soa a judaico?) no Outeiro em Figeiro da Granja existem gravadas sobre as torcas de duas portas as letras IHS que e o emblema do Santissimo Sacramento," talvez o monsenhor nao soubesse na altura mas hoje sabe-se que este emblema muito em uso no seculo XVI foi tambem usado pelos cristaos-novos para provar a sua nova fe.
Alem destes refere tambem que "sobre uma porta de loja das Casas Grandes (provavel antigo solar dos Osorios)esta tambem muito bem gravada uma cruz cujo desenho e invulgar" ao mesmo tempo refere que "nao sei o que significa este emblema. A meu ver aquela pedra com a cruz, esteve em outro tempo noutro lugar de significado religioso. e foi para ali colocada em qualquer reconstrucao"

Talvez o monsenhor nao soubesse realmente, mas hoje sabe-se com bastante certeza que essas pedras foram mandadas gravar pelos antigos judeus convertidos. Pela sua afirmacao de clerigo e culto vem com a sua hipotese informar-nos que nao era comum aos cristaos fazerem este tipo de gravacoes sobre as portas de suas casas. Hoje e mais que sabida a razao porque a gente de sangue hebraico teve que o fazer: Tinham que convencer por todos os meios (e este era um deles) os padres da inquisicao de que eram tanto ou mais cristaos que outros, para desta forma fujirem as fogueiras dos autos-de-fe.

sexta-feira, setembro 09, 2005

AS FORCADAS A MATANCA E OS JUDEUS

Hoje vou-me referir a uma pequena mas histórica aldeia, incluída no termo do antigo concelho e hoje freguesia da Matança: "FORCADAS". Esta aldeia que em meados do século passado começaram a identificar como a aldeia mais portuguesa do concelho de Fornos de Algodres, era ate a relativamente pouco tempo o exemplo mais legitimo da construção portuguesa na nossa região, infelizmente hoje já se vêem exemplos e reconstrucoes que em nada a dignificam historicamente.

Pelo "cadastro da população do reino de 1527" vemos que nessa altura no concelho da Matança, para alem da própria vila com 57 fogos, só existiam: a "quyntam de valbom" a "quyntam do outeiro do porquo" e a "quyntam...." cada uma delas com 1 fogo cada, não sei em que sitio se localizavam, nem tampouco se alguma destas quintas terá sido a origem das aldeias das Forcadas ou da Fonte Fria.

O que se sabe e que, tivessem tido origem nalguma destas quintas ou não, certo e que estas aldeias foram fundadas já depois dessa data. Falando unicamente das Forcadas, e estranho que assim como as pequenas aldeias do antigo concelho de Figueiró da Granja, também esta foi fundada pela mesma altura, e bastante elucidativo e basta ler as minhas entradas sobre aquelas aldeias para se encontrar paralelo.


Posso afirmar sem receio de ser desmentido que senão foi fundada por judeus, pelo menos ai viveram, pois ainda hoje se podem ver as cruzes gravadas nas fachadas de algumas casas das Forcadas, sinonimo de "cristãos-novos".
E também de bastante interesse lembrar aos mais esquecidos, que nesta aldeia não se conhece desde os tempos mais remotos, nenhum oratório, capela, cruzeiro, alminhas ou qualquer outro símbolo cristão. Existe um pequeno oratorio mas esse sera ja do seculo XVIII e, a capela de Nossa Senhora de Fatima, foi construida na decada de setenta do seculo XX. Tambem recentemente foram colocados pequenos cruzeiros por la espalhados!


E bom lembrar que tanto as Forcadas como a Matança, foram terras em que o artesanato e as profissões manuais, sempre se desenvolveram bastante, o facto de terem boas ligacoes viárias desde o tempo dos romanos para isso deve ter contribuído.
Há quem afirme ate que o topónimo "Forcadas" vira do facto de se situar junto a uma forca viária.

Alem dos factos referidos existe (ou existia) no sitio da Corujeira uma casa muito antiga que tinha sobre a porta gravadas as seguintes letras: IHVS que significa Jesus e sobre uma janela: IIIVS XPO que quer dizer Jesus Cristo, por si só identificara uma casa de judeu, que aquando do edito de expulsão se terá convertido em "cristão-novo". Novamente reforço a ideia de que só estes precisavam de provar que eram cristãos. Esta casa pela sua grandiosidade terá sido de um judeu abastado.

quarta-feira, setembro 07, 2005

AGRADECIMENTO

Ja com algum atrazo, por isso as minhas desculpas, quero muito sinceramente agradecer aos meus amigos Nuno Soares e David Caetano a gentileza da divulgacao deste blog em: http://algodres.blogs.sapo.pt e em: http://arqueobeira.net, respectivamente, bem hajam. Quero recomendar a todos os possiveis leitores desta pagina a leitura tambem daqueles sites podem crer que e tempo bem empregue.
Novamente um bem beirao bem hajam.
Albino Cardoso

terça-feira, setembro 06, 2005

POVOA DO CRASTO

Incluida no termo do antigo concelho e hoje freguesia de Figueiro da Granja, existem hoje as ruinas desabitadas do que foi a antiga aldeia ou Povoa do Crasto, creio que nunca tera tido mais do que 8 fogos e foi fundada em fins do seculo XVI. (porque tera sido que foi nesta altura que apareceram todas as pequenas e hoje desertas aldeias daquele antigo concelho)

Como referi numa outra entrada ai construiram a segunda residencia os meus bisavos paternos: Almeida (Pratas) e Espirito Santo, nao tendo ate hoje conseguido descobrir os apelidos dos outros habitantes daquele lugar.(caso me pudessem ajudar agradecia)

Em meados da decada de sessenta do seculo passado ainda ai havia moradores e eu proprio ainda ai visitei a minha bisavo em crianca.

Sempre me chamou a atencao o facto do meu bisavo( proprietario medio-alto nos fins do seculo XIX) e com propriedades distribuidas pelas freguesias de Figueiro da Granja, Algodres e Cortico, nunca ter construido residencia na antiga vila de Figueiro o que seria mais que logico e sempre viveu relativamente longe dela.

A sua ultima residencia construida de raiz: uma altiva casa de granito foi edificada nos primeiros anos do seculo passado nesta antiga Povoa do Crasto.

A designacao "Crasto" e uma corruptela da palavra castro, pois esta pequena aldeia fica localizada na vertente sul do monte Sao Tiago onde se encontram as ruinas ja escavadas e documentadas dum castro do neolitico.

Tal como a Aldeia das Cortes e a Quinta do Mateus, tambem creio que nesta Povoa do Crasto devem ter vivido gentes de sangue hebraico, entre os quais os meus ascendentes, muito gostaria que os residentes de Figueiro da Granja me pudessem complementar esta minha ideia com informacoes, ou sobre os nomes dos antigos habitantes desta aldeia.
Pois assim talvez possamos escrever a historia do povo judaico pelas nossas terras, gente essa a quem foi negado o direito de professar a religiao dos seus pais.

domingo, setembro 04, 2005

MONOGRAFIA DAS TERRAS DE ALGODRES & OS JUDEUS

Creio que a unica referencia que o Monsenhor Pinheiro Marques; na sua monografia sobre a nossa regiao,(TERRAS DE ALGODRES Concelho de Fornos) faz aos judeus se encontra no capitulo XVII; Quando se refere as Familias Ilustres. Na seccao referente a familia Abreu (pagina 228 segunda edicao) diz que quando estes instituiram em 1616 o morgadio com vinculo na Quinta da Costa refere que: "ficavam excluidos deste vinculo os bastardos, os que tivessem raca de mouro, gentio ou judeu, os que casassem com pessoa mecanica ate aos bisavos....."

Embora eu saiba que o que motivou o monsenhor a referir esta passagem, era muito mais dignificar os antigos senhores de Fornos, que com esta estipulacao nao contaminavam o seu sangue, do que referir a presenca hebraica no nosso concelho.

No entanto em meu ver e mesmo sem o querer, prestou um importante contributo com esta pequena passagem, para a divulgacao e a historia do povo Hebraico nas nossas terras.

Por isso ficamos a saber (o que ate nem e novidade) que nas nossas terras houve judeus, que deveriam ter sido pessoas relativamente ricas para pertenderem manter lacos matrimoniais com a classe nobre, e que maioritariamente se dedicavam a oficios mecanicos.

Alem desta informacao soube ultimamente, que numa investigacao inquisitorial sobre um individuo da familia Magalhaes no seculo XVII que suponho pertencia a Casa do Cabo em Cortico, se chegou a conclusao que nesta familia nao existia sangue judaico.

E estranho que o Monsenhor Pinheiro Marques no capitulo II acerca dos primitivos habitantes nunca refira os Judeus, mas sendo ele um digno representante da classe hierarquica da igreja catolica ( chegou a ser nomeado bispo ) e tendo pretencoes de nobreza, era para ele muito conveniente ocultar a presenca deste povo.

sábado, setembro 03, 2005

QUINTA DAS PARADEIRAS OU DO MATEUS

Tal como a Aldeia das Cortes esta quinta foi fundada entre os anos de 1527 e 1657, fica situada no vale da ribeira de "Corticolo",(assim se chamava no seculo XII) relativamente perto da mesma e em frente da antiquissima vila de Algodres. Tinha 4 fogos e ainda era habitada na decada de sessenta do seculo passado.
Provavelmente tambem tera sido fundada ou habitada por judeus conversos, pois algumas familias que ai residiram tem apelidos que indicam origem judaida; como por exemplo o dos meus bisavos: Almeida (Pratas) e Espirito Santo.
Assim como a Aldeia das Cortes tambem esta quinta, nao tem nem nunca teve nada que a relacione com a religiao crista; nem sequer um singelo cruzeiro.
Esta quinta fica sensivelmente a mesma distancia de Vila Cha, de Algodres, de Cortico e de Figueiro da Granja embora esteja incluida no termo desta ultima.
Como referi ai viveram os meus bisavos, ate que tendo construido a residencia na Povoa do Crasto para la se mudaram. (sendo pessoas relativamente ricas para o meio, tinham a obseccao de viver longe da antiga vila de Figueiro) Mais tarde tambem ai residiram os meus avos paternos e ai nasceram dois dos seus filhos, sendo ainda hoje propriedade de um dos meus tios o que resta da antiga casa familiar.
Esta quinta a partir do seculo XVIII passou a designar-se por Quinta do Mateus porque para ai se mudou um natural de Vila Cha de Algodres de nome: Jeronimo Mateus. E interessante o facto de como esta pequena povoacao mudou o nome so pelo facto de para ai se ter mudado esse senhor Mateus, sem querer afirma-lo suponho que tera sido pessoa importante e o apelido "Mateus" denota ascendendencia Hebraica.
Tambem nas imediacoes existem propriedades de uma outra familia da minha terra de apelido Almeida mas que nao sei se estara relacionada com o meu bisavo e de uma outra de apelido Ribeiro, duas geracoes mais tarde por coincidencia ou nao, uma senhora da familia Almeida casou com um irmao do meu pai.
Podem ser puras expeculacoes e coincidencias mas tudo me leva a crer que tal como a Aldeia das Cortes, esta Quinta das Paradeiras mais tarde chamada "do Mateus" tambem foi fundada por cripto-judeus. Hoje encontra-se como ja referi desabitada e em ruinas.

quinta-feira, setembro 01, 2005

ALDEIA DAS CORTES III


Creio que hoje vou encerrar este tema sobre a antiga Aldeia das Cortes, no entanto poderei voltar se novos factos aparecerem.
Para concluir quero unicamente reforcar a minha ideia: a Aldeia das Cortes foi fundada em fins do seculo XVI por judeus conversos (cripto-judeus) que teriam sido naturais ou residentes da vila e concelho de Figueiro da Granja. Teram fundado esta pequena aldeia que chegou a ter 8 fogos, junto ao limite do termo daquele concelho com a freguesia de Vila Cha de Algodres, porque dessa maneira melhor podiam ocultar alguns actos do culto Judaico que faziam em segredo, enquanto ao mesmo tempo aparentavam ser cristaos e participavam (nao muito assiduamente creio) em actos de culto cristao na igreja a que pertenciam (Sta. Maria de Figueiro). Pois se o quisessem fazer mais assiduamente iriam a "Sa. das Bovas Novoas" a Vila Cha que ficava a dois passos, e entao nao se teria justificado a construcao desta aldeia. Pois junto dela havia e ainda ha terrenos semelhantes: Lages e cabecos para onde se poderiam ter mudado.
Termino trazendo a terreiro, uma preocupacao que a Aldeia das Cortes me traz a mente. Com a tao falada e conhecida desertificacao da nossa Beira sera muito provavel que se os governos nada fizerem para inverter esta tendencia, brevemente assistiremos ao aparecimento de outras aldeias desertas e em ruinas, que seram muito historicas e nostalgicas mas nada mais que refletiram este mundo urbano e desenraizado que querem transformar o nosso Portugal. Como vemos as melhores vias de comunicacao so tem servido para que a nossa gente mais depressa possa deixar a terra onde nasceu e cresceu.

quarta-feira, agosto 31, 2005

NOMES DE FAMILIA II

Continuando a investigar os nomes e apelidos usados pela minha familia, consegui descobrir outros mais: Pratas, Metildes, Conceicao e Costa.
Pratas e Metildes nao tenho a certeza se sao apelidos ou alcunhas. Alguem me pode ajudar? Bem Hajam desde ja.

domingo, agosto 28, 2005

ALDEIA DAS CORTES 2


Continuando a falar das Cortes e da gente que fundou esta aldeia, nao poderia esquecer tambem as sepulturas antropomorficas que se encontram na proximidade, identificadas pelo trabalho de :( A.C.VALERA, Sepulturas Escavadas na Rocha de Fornos de Algodres) como sepulturas dos Cabecos-Vila Cha. Estas sepulturas sao conhecidas pela gente da minha terra e os meus familiares sempre me falaram delas, no entanto foi depois da publicacao deste trabalho que tive a curiosidade de as visitar, na altura da referida publicacao so se conheciam duas hoje conhece-se uma outra. De acordo com os arqueologistas estas sepulturas dos Cabecos junto a Aldeia das Cortes seram dos meados do seculo IX.

A ser assim e a estas sepulturas seram de cristaos, como afirmam os estudiosos (o que eu duvido) teriam sido de gentes da minha terra natal;"Vila Cha de Algodres" pois e a povoacao, com paroquia mais perto, pois como afirmei na outra entrada na Aldeia das Cortes (fundada entre os anos de 1527 e 1657) nunca existiu nenhuma capela ou outro lugar de culto cristao.

Entao estas sepulturas ou nao sao de cristaos, se sao de cristaos seram de fregueses de "Villa Cham de Algodres" e a Paroquia de "Na. Sa. das Bovas Novoas" data da idade media o que eu duvido mas muito gostaria que fosse verdade, ou entao estas sepulturas estaram relacionadas com a Aldeia das Cortes, sao muito mais recentes e entao ha um enorme erro na datacao das mesmas.

sábado, agosto 27, 2005

ALDEIA DAS CORTES 1


Vou hoje referir-me a uma antiga aldeia hoje despovoada e quase em ruinas, localizada junto a freguesia de Vila Cha de Algodres, mas dentro do termo da antiga vila e hoje freguesia de Figueiro da Granja, chama-se: "Aldeia das Cortes".

O Cadastro da Populacao do Reino de 1527, refere ja a existencia da povoacao de Vila Cha; era uma paroquia independente de invocacao de: "Na. Sa. das Bovas Novoas" sufraganea de Santa Maria de Algodres, tinha 15 moradores (fogos) e estava incluida no termo do concelho do antiquissimo concelho de Algodres. Tambem refere que a vila e concelho de Figueiro tinha 61 moradores (fogos) e nao tinha nenhum outro lugar ou povoacao agregada.

Passados 130 anos mais precisamente em 1657, ja se tinham formado no concelho de Figueiro da Granja as seguintes aldeias e quintas: Povoa do Crasto, povoacao com 8 fogos habitada ate a decada de sessenta do seculo XX, hoje deserta e em ruinas; A Aldeia das Cortes que chegou a ter 8 fogos que ja estava desabitada em 1938; A Quinta das Paradeiras que chegou a ter 4 fogos e a partir do seculo XVIII passou a desigar-se por: Quinta do Mateus; E a Quinta do Parrexil com 1 fogo que nao se sabe desde quando passou a chamar-se Quinta do Metildes.

Hoje vou-me referir unicamente a Aldeia das Cortes. Nao se sabe porque (e ai esta a minha suspeicao)a razao porque se fundou uma pequena aldeia (embora junto a boas terras de cultivo e a um caminho que creio medieval ou ate romano), tao perto (uns 200 metros em linha recta) de uma outra freguesia e paroquia: Vila Cha, ficando no entanto incluida numa outra situada a 3 km: Figueiro da Granja; pois o seu termo passa junto as primeiras casas daquela ultima freguesia?

Eu tenho como referi algumas suspeicoes; Entre 1527 e 1657, portanto aquando da fundacao da Aldeia das Cortes, passaram-se no nosso pais varios factos que estam relacionados com a minha teoria: O Edito de expulsao dos judeus, a conversao forcada de muitos milhares de pessoas de religiao Hebraica, a fundacao do tribunal da "Santa Inquisicao" (que de santa nao tinha nada) e as primeiras preseguicoes e condenacoes em "Autos de Fe" dos primeiros judeus.
Tanto quanto consegui apurar por informacoes dos meus avos que ainda ai conheceram habitantes, as pessoas que aqui residiram embora tambem se dedicassam a uma agricultura em pequena escala, dedicavam-se maioritariamente a profissoes mecanicas: sapateiros, alfaiates, e artesaos.
Nesta aldeia nao existe nem nunca existiu, nenhuma capela, oratorio, cruzeiro, alminhas, ou outro qualquer simbolo cristao.
Alem disso existiu ate cerca de 1950 uma pedra ou lapide com letras ou simbolos que infelizmente, foi colocada por pessoa de pouca cultura, na construcao de um poco. Isto contra a vontade e o repudio de gente da minha terra natal (Vila Cha) entre as quais a professora do meu pai.(seria de grande utilidade que essa pedra hoje existisse)

Pelas razoes apontadas e por outras que noutra entrada me referirei, creio firmemente sem receio de ser desmentido, que esta pequena Aldeia das Cortes, foi fundada por CRIPTO-JUDEUS ou Cristaos Novos como a nossa historia os identifica. Pro aqui me fico hoje, hoje esperando contribuicoes ou comentarios para ajudar a complementar a minha teze, ou provas documentais e arqueologicas que a possam desmentir.

terça-feira, agosto 23, 2005

COMO EU ENTENDO OS COLONOS JUDEUS

Eu assim como muitos outros entendo perfeitamente a revolta e o desespero, desses colonos judeus despejados das suas casas e despojados dos seus haveres.
Como a historia se repete por todo o lado e o homem sem nunca aprender as suas licoes.
Eu e a minha familia vivemos algo semelhante e talvez bastante mais doloroso, quando despojados dos haveres conseguidos com muito trabalho e sacrificio, regressamos ao nosso torrao natal e ai fomos rotulados, apontados e ate invejados pelos nossos compatriotas.
Que culpa tivemos nos quando nos afirmaram durante centenas de anos, que as antigas colonias eram parte integra de Portugal pluri-continental, tivemos a mesma culpa que tem agora estes colonos de Gaza e da Cisjornania quando lhes disseram que a terra que habitaram, modificaram e transformaram fazendo do deserto um jardim, era parte integrante do grande Israel.
Como eu sofro e entendo essa gente.

FOLAR DA PASCOA OU CERIMONIAL CHALLAH

Nas nossas "Terras de Algodres" existe mas com tendencia a acabar, devido aos modernos tempos, um costume antigo de os padrinhos oferecerem aos afilhados em dia de pascoa e tambem mais antigamente em dia de todos os santos; o folar.
Este folar consiste do nosso tradicional bolo de ovos, ou de azeite, confecionado com farinha de trigo, ovos de galinha, azeite, abobora, um pouco de leite e fermento.
Este folar e consumido especialmente pela nossa gente em geral pela epoca da pascoa, sendo normalmente acompanhado pelo gostozissimo queijo de de leite de ovelha produzido no nosso concelho desde tempos imemoriais, conhecido em todo o nosso pais e bem assim no estrangeiro, com o nome de "Queijo da Serra da Estrela".
Ora aconteceu que quando emigrei para os Estados Unidos da America, foi trabalhar para uma panificadora propriedade de duas familias judaicas, e foi ai que me dei conta que nas suas epocas festivas e bem assim na vespera do "sabath" (sabado judaico} se confecionavam grandes quantidades de um pao que eles chamam "challah" com o feitio e paladar em todo semelhante aos nossos beiroes folares.
Isto chamou imediatamente a minha atencao e entao investigando cheguei a conclusao de que os nossos bolos da pascoa, sao de facto os herdeiros deste pao cerimonial que os judeus consumem, pelo "passover" (pascoa}, pelo "yuon kipur" {dia do perdao}, pelo "chanuka" {festa das luzes}, e muito especialmente no "sabath" (sabado judaico}.
Esta receita tera passado para os cristaos, pelos judeus conversos a partir do seculo XVI.
A particularidade deste nosso folar ou bolo da pascoa e o facto dele ser ligeiramente alongado e ser isento de acucar, o que o faz diferente de todos os outros folares, que pelo resto do nosso pais se confecionam, nessa epoca festiva tanto para cristaos como para os judeus.
Aqui temos uma outra tradicao que nos foi legada por estes portugueses que devido ao fanatismo dos nossos reis e a intolerancia da igreja catolica entre os seculos XVI e XVIII, tiveram que emigrar e assim tornar mais ricas outras nacoes e os que nao puderam tiveram que se converter forcadamente,sendo muitos deles queimados na fogueira da inquisicao, felizmente que resistiram uns poucos na vila de Belmonte aqui na nossa Beira Interior.

segunda-feira, agosto 22, 2005

CASA DE CRIPTO-JUDEU


Caros amigos quando acerca de 15 anos atraz tirei esta foto, nunca imaginei que hoje estaria a falar sobre ela, tirei a foto porque a sua arquitectura desta casa me interessou.
Depois de me ter instruido acerca dos judeus convertidos a forca ou pela necessidade hoje posso afirmar sem grandes riscos de ser desmentido que esta casa situada na Rua de S.Salvador na vila de Fornos de Algodres, foi construida ou reconstruida por um antigo judeu convertido.
Numa pedra colocada na fachada ao lado esquerdo da porta foi esculpida uma cruz latina em alto relevo e gravada a seguinte inscricao que recentemente foi avivada a negro em que se pode ler: LOUVADO SEJA O SANTO SACRAMENTO 1655.

Ora tudo coincide, a data e precisamente quando a inquisicao era mais severa e portanto, quando era essencial afirmar por todas as formas que se era cristao. O proprietario desta casa deveria ser pessoa de algumas posses;(os judeus sempre foram gente mais ou menos rica e instruida} para poder mandar fazer esta lapide, porque a maioria unicamente mandava ou esculpia pequenas cruses ou outros simbolos cristaos nas pedras ja existentes de suas casas. Os cristaos-velhos nunca tiveram necessidade de fazer tal prova de fe.

sábado, agosto 20, 2005

DE FERIAS

Tenho estado de ferias, por isso este projecto que comecei sofreu algum interregno. Entretanto vieram-me a mente varios factos, que foram ja por outros mais eruditos explorados:
Sabem os meus amigos de onde vem o facto tao peculiar de entre nos os "Algodrenses" e bem assim creio que entre grande parte dos nossos "patricios", de nunca cruzarem os bracos quando dois pares de pessoas se cumprimentam? Pois meus amigos vem dos judeus convertidos "cristaos novos" ou cripto-judeus, pois embora aparentassem cumprir os deveres de um bom cristao, nao deveriam nunca fazer nada que lhes lembra-se a cruz de Cristo e portanto nao cruzavam as maos, argumentando que dava azar. Este seu habito com o passar do tempo, foi generalizado pela nossa gente e por uma grande parte da populacao portuguesa.

sexta-feira, agosto 12, 2005

NOMES DE FAMILIA

Investigando os nomes usados pelos judeus ou cripto-judeus portugueses, descobri por curiosidade que todos os apelidos conhecidos, usados pela minha familia foram tambem usados por esse povo, aqui vao: CARDOSO, LOPES, ALMEIDA, ESPIRITO SANTO. Sera que tenho ascendentes judeus?

quinta-feira, agosto 11, 2005

APRESENTACAO

Sou Natural das antigas Terras de Algodres, hoje concelho de Fornos de Algodres, gosto de investigar a historia das nossas Terras. Como em tudo o que ate hoje foi publicado, nada existe que faca referencia ao povo Hebraico no nosso concelho, e como se sabe que nesta regiao viveram e deixaram testemunhos, decidi iniciar a investigacao sobre o assunto. Quero pedir a ajuda de todos , princialmente de todos os peritos nesta materia.
Todos nunca seremos demais para levar-mos a bom porto este barco.
Desde ja o bem sincero e bem Beirao.
Bem Hajam

Sera que houve Judeus por ca

Creio que houve Judeus nas Terras de Algodres, vou tentar encontrar pistas, preciso da vossa ajuda.